Envie sua contribuição para ajudar o Brasil a enfrentar e reduzir os impactos das mudanças climáticas. Sugestões mais votadas serão debatidas pelo governo a partir de setembro
Como ajudar o Brasil a enfrentar as mudanças climáticas? Com a elaboração de uma estratégia nacional, o país trilha um caminho concreto para reduzir os impactos da atual emergência climática, e a participação da sociedade é fundamental nesse processo. Até esta segunda-feira, o dia 26 de agosto, o Plano Clima Participativo recebe contribuições de toda a população sobre o tema.
Vídeo: como enviar sua proposta para o Plano Clima Participativo
Cada participante pode enviar até três propostas de como enfrentar os efeitos da crise do clima em 18 áreas, entre elas: biodiversidade, proteção às florestas, gestão de desastres, recursos hídricos, mineração, cidades, turismo, saúde, emprego e renda. Ainda há eixos temáticos voltados para grupos específicos, como mulheres, população negra e indígena, comunidades tradicionais.
A plataforma também permite que o participante comente as contribuições de outras pessoas ou ainda vote em até dez propostas que julgar mais interessantes, pois as dez sugestões mais votadas de cada eixo seguirão para análise do governo, receberão respostas individualizadas e poderão ser incorporadas aos planos setoriais da estratégia climática.
Balanço do Plano Clima Participativo
Até o dia 13 de agosto, mais de 700 propostas haviam sido cadastradas na plataforma do Plano Clima Participativo, mobilizando cerca de 18 mil votos e mil comentários. Ao todo, foram mais de 20 mil visitantes únicos na página, que permaneceram na plataforma por uma média de 6,6 minutos, sugerindo um engajamento significativo dos participantes.
Mais da metade (54%) dos acessos são feitos por meio de smartphones e a maioria deles vem do estado de São Paulo, seguido do Distrito Federal, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e do Piauí.
Participação da sociedade
Além das contribuições por meio da plataforma Brasil Participativo, a sociedade pode engajar-se na construção do Plano Clima de outras formas, como nas reuniões do Fórum Interconselhos, na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, nas plenárias presenciais por bioma e nas oficinas e encontros que estão sendo promovidos pelo governo com diversos segmentos.
Em julho, integrantes de 52 conselhos nacionais se reuniram em Brasília para debater uma pauta extensa, mas que incluiu a mobilização em torno do Plano Clima Participativo. Representando o Conselho Nacional de Economia Solidária, Alzira Medeiros destacou a importância do debate sobre a convivência não exploratória da natureza pela humanidade.
De acordo com Medeiros, o aquecimento global é consequência de “estratégias de desenvolvimento econômico que não não se preocupam com o bem-viver da humanidade, mas com a ganância do capitalismo que quer a todo custo aumentar os lucros e o consumo”. É contra esse espírito que os integrantes do Conselho Nacional de Economia Solidária enviarão propostas para o Plano Clima Participativo.
“Quais caminhos queremos construir não só para mitigar, mas para buscar soluções estruturais para as questões climáticas? Estamos vivenciando muitas situações difíceis por conta do assoreamento dos rios, das construções de barragens por mineradoras, pelo agronegócio que não se preocupa com a defesa da natureza e do equilíbrio ambiental. Vamos apresentar propostas e fazer uma mobilização em todo o Conselho”, afirma.
Também representante do Conselho Nacional de Economia Solidária, Marcela Vieira teve seu primeiro contato com a plataforma Brasil Participativo no Fórum Interconselhos, em julho. Segundo a moradora de Manaus (AM), uma ação de extrema relevância porque o enfrentamento às mudanças climáticas ganha força e potência quando governo e sociedade civil se unem para o diálogo e para “fortalecer a ação conjunta em prol da política”.
Presidenta do Instituto EcoVida, Aldenora Gonzalez Marajoara considera fundamental que as pessoas “tomem conhecimento, se apropriem e incluam propostas no Plano Clima Participativo para ajudar o Brasil” a enfrentar as mudanças climáticas. A militante e defensora dos direitos humanos e dos povos da floresta, como ela se autodescreve, defende que o debate precisa incluir os mais diversos segmentos sociais, e por isso pede ampla participação.
“Essas oportunidades só são ofertadas nos governos democráticos, inclusivos e que acreditam no saber acadêmico, tradicional e ancestral. Nós vamos incentivar a participação pelas redes sociais que temos acesso”, completa.
Membro do Movimento Evangélico Progressista, Cesário Silva pontua que denunciar as injustiças sociais, a violação dos direitos humanos e a destruição do meio ambiente integra os princípios éticos do Evangelho de Jesus Cristo. “Sem dúvida estamos antenados com o Plano Clima e devemos, sim, utilizar a plataforma de participação digital do governo federal, enviando propostas".
Fonte: https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/planoclima/f/87/posts/421