CFEMEA instigou a Controladoria-Geral da União a criar indicadores baseados em gênero para averiguação dos recursos executados para reconstrução
O Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), como organização integrante do Conselho de Transparência, Integridade e Combate à Corrupção (CTICC), órgão consultivo vinculado à estrutura da Controladoria-Geral da União (CGU), destacou a importância do gênero como um dos critérios para a alocação de recursos para enfrentamento da calamidade pública depois das enchentes no Rio Grande do Sul (RS).
“É importante o reconhecimento da importância da participação das mulheres e suas organizações na reconstrução, ao elaborar mecanismos eficientes de controle social” Isabel Freitas
“É importante o reconhecimento da importância da participação das mulheres e suas organizações na reconstrução, ao elaborar mecanismos eficientes de controle social” destaca Isabel Freitas, assessora técnica do Cfemea. Entre as propostas, está a criação de indicadores que possibilitem a averiguação de como os gestores estão investindo nas políticas de cuidados, por exemplo, que diz respeito ao trabalho feito quase exclusivamente pelas mulheres e sem reconhecimento social. A criação de indicadores também instiga que a execução dos orçamentos da calamidade estejam sensíveis às condições e demandas específicas das mulheres.
O tema recebeu destaque do Cfemea durante uma reunião extraordinária e especial do CTICC, ocorrida no último dia 23 de maio, para debater a urgência de alocação de recursos para o enfrentamento da calamidade no RS. Para Guacira Oliveira, diretora colegiada do Cfemea, a participação foi muito positiva, já que as propostas foram acolhidas e valorizadas. “A reunião foi muito resolutiva, com compromisso em sistematizar semanalmente um informe sobre o tema, sem perder a agilidade do repasse dos recursos e com empenho em evitar a corrupção nesse momento delicado”, destacou Guacira.
“É necessário que a população fiscalize para que os recursos públicos sejam realmente para a reconstrução das vidas e dos meios de viver”,Isabel Freitas
A disposição em manter esse compromisso no âmbito governamental é fundamental, já que a situação crítica pede muita atenção contra a ocorrência de golpes e outras formas de se aproveitar do momento de fragilidade da população. “É necessário que a população fiscalize para que os recursos públicos sejam realmente para a reconstrução das vidas e dos meios de viver”, finaliza Isabel.
O Cfemea integra o CTICC desde a criação, e o convite se deu pela expertise que a organização sempre articulou em função das pautas do controle social relacionada ao gênero.