O humorista Marcius Melhem criou uma rede misógina para atacar as mulheres que o denunciaram por assédio sexual. Após a divulgação de estudo, Melhem havia dito que pesquisa não era da universidade
Metrópoles
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) afirmou que a pesquisa apontando que o humorista Marcius Melhem criou uma rede misógina para atacar as mulheres que o denunciaram por assédio sexual foi, sim, produzida pela universidade, desmentindo o que o ex-diretor de humor da TV Globo havia dito ontem.
Em nota divulgada nesta terça-feira (10/10), a UFRJ disse que o estudo não tem vínculo com a reitoria, mas “é, sim, produto de um dos 1.456 laboratórios de pesquisa da nossa Universidade centenária”.Leia também
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“A Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro informa que, diferentemente do que foi divulgado por Marcius Melhem, ex-diretor da TV Globo, a Reitoria não afirmou que a pesquisa Orquestração Multiplataforma da Misoginia: O Caso Marcius Melhem, produzida pelo Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais (NetLab), da Escola de Comunicação (ECO), não tem vínculo com a UFRJ. Ainda que tenha informado em e-mail que a pesquisa não possui relação com a Reitoria, é, sim, produto de um dos 1.456 laboratórios de pesquisa da nossa Universidade centenária”, afirmou a nota da reitoria.
A nota seguiu na defesa do NetLab.
“A pesquisa elaborada pelo NetLab é um estudo de caso, parte da linha de pesquisa Desinformação de Gênero e Discurso de Ódio. Nessa linha, o laboratório investiga diferentes campanhas de comunicação que atacam, difamam, violentam e desvalorizam mulheres e seus direitos por meio de plataformas digitais. (…) O NetLab pesquisa temas que ganharam destaque nos meios de comunicação e na agenda pública. Enfatizamos que o referido laboratório é reconhecido pela excelência e contribuição”, disse o texto.
Nesta terça-feira (9/10), a coluna mostrou que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) tem em mãos o estudo que mostra que Melhem, réu por assédio sexual, criou uma comunidade virtual de teor misógino para atacar as denunciantes.
O estudo identificou um comportamento orquestrado em busca de desmoralizar as denunciantes e até prejudicar campanhas publicitárias com uma de suas acusadoras.
Melhem gravou na tarde de ontem um vídeo em que usa um email da assessoria de imprensa da UFRJ dizendo que a pesquisa não é da reitoria para criar a narrativa de que a universidade não chancelaria o estudo. A partir de seu video, seus seguidores passaram a disseminar que seria uma “fake news” afirmar que a pesquisa era da universidade.