"Por que precisamos entender sobre o assédio?" A pergunta é o tema da palestra que As Pensadoras realizará em 26 de setembro e será ministrada pela juíza e doutora Valdete Souto.
A informação é da assessoria de comunicação da Instituição As Pensadoras, enviada ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
O assédio engloba uma série de comportamentos de natureza ofensiva que importuna e perturba quem o recebe. São ações que vão desde piadas, más respostas, ameaças, tratar com falta de educação, humilhar, entre outros. É muito comum confundir assédio sexual com importunação sexual, o que são duas coisas diferentes, mas está no vocabulário popular chamar de assédio qualquer comportamento sexual sem consentimento. Juridicamente falando, o assédio acontece no ambiente de trabalho e em situação que envolve um nível hierárquico superior entre vítima e assediador. Já a importunação sexual, segundo a constituição, é “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou de terceiros”.
Essas explicações e temas serão abordados na palestra, além das diferentes formas de assédio. O objetivo da iniciativa é apresentar às pessoas sobre o tema, como identificar, prevenir e combater o assédio em todos os seus tipos. Muitas vezes entendidas como nada grave, as brincadeiras de mau gosto, cantadas e “elogios” que constrangem geram sentimentos de intimidação ou humilhação e podem prejudicar o desempenho profissional.
Vamos compreender as formas para enfrentar o assédio e construir um ambiente seguro para todos. Alertando que o assédio sexual não tem a ver com desejo sexual, mas sim com uma manifestação de poder e de intimidação. Não se pode nunca confundir o assédio com a paquera, por exemplo, já que nessa conquista há uma relação mútua e uma intenção recíproca de aproximação.
O comportamento do assediador pode incluir a tentativa de inferiorizar, amedrontar, menosprezar, difamar e ironizar, por meio de brincadeiras de mau gosto ou piadas, por exemplo, Além de gestos e condutas abusivas e constrangedoras, por vezes dissimuladas em “gentilezas”.
O assédio e a importunação sexual são crimes e podem levar à prisão no Brasil.
Quer entender mais sobre o tema? Assista a palestra gratuita da As Pensadoras.
Palestrante
Valdete é pós doutora em Ciências Políticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é doutora em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Direitos Fundamentais pela Pontifícia Universidade Católica (PUCRS). É professora de direito e processo do trabalho na UFRGS, é juíza do trabalho da Quarta Região desde 2001, pesquisadora do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital - USP e UFRGS e membra da Rede Nacional de Pesquisa e Estudos em Direito do Trabalho e Previdência Social (RENAPEDTS).
Valdete Souto Severo. (Foto: Femargs)
Inscrições
O evento é gratuito e ocorrerá no dia 26 de setembro de 2023, terça-feira, às 19h (horário de Brasília) no nosso canal do Youtube. Inscrevendo-se, você tem direito ao certificado de participação.
Leia mais
- As Pensadoras: maior escola feminista do Brasil completa 3 anos
- No mês da luta indígena, Escola As Pensadoras oferta curso “Indígenas Mulheres: Territórios, Direitos, Movimentos e Políticas”
- As mulheres levantam suas vozes e denunciam o inferno de assédio e semiescravidão na Igreja
- Boaventura de Sousa Santos é denunciado por assédio sexual e afastado de cargos institucionais
- 70% das universidades federais no Brasil não têm qualquer medida de combate ao assédio
- Denúncias de assédio sexual no trabalho em São Paulo crescem 1.500% em quatro anos
- Assédio no transporte e sobrecarga de trabalho: pesquisa mostra como é ser mulher em São Paulo
- Mulheres denunciam assédios, homens desconversam
- “Violência e misoginia nas plataformas web: assim triunfa a cultura do estupro”. Entrevista com Lucia Bainotti e Silvia Semenzin
- Quando a violência masculina duplica
- Uma mulher é agredida a cada 22 minutos no RS
- Violência contra as mulheres: possessão, o vírus que mata o afeto
- “Se ele sente ciúmes, me ama”. Quando a violência nasce da linguagem
- Aos 11 anos da Lei Maria da Penha, uma mulher é agredida a cada dois segundos
fonte: https://www.ihu.unisinos.br/632675-por-que-precisamos-entender-sobre-o-assedio