Imagens arqueológicas, registros históricos e fotos antigas são alguns dos itens que compõem as exposições virtuais Vira Homem! e O Sexo dos Anjos, no Acervo Multimídia de Arqueologia e Antropologia (AMAA). As ciberexposições, acessíveis pelo site do AMAA, discutem os papéis de gênero e as representações do masculino e do feminino em outros tempos e lugares, “antes do colonialismo e eurocentrismo se expandirem mundo afora, impondo seus valores e crenças”, indicam os colaboradores do acervo.
O processo de curadoria das exposições contou com a participação de profissionais da Universidade Federal de Goiás, da Universidade Federal do Oeste do Pará, da Universidade Federal de Sergipe, do Núcleo de Pesquisa Arqueológica – Nuparq – do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá, e do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, entre outras instituições.
Loredana Ribeiro é doutora em Arqueologia pela USP e professora na UFPel, onde coordena o projeto de extensão AMAA - foto: reprodução/UFPel
Coordenado pela arqueóloga e historiadora Loredana Ribeiro, da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, o repositório digital utiliza o acervo arqueológico de museus universitários, entre eles peças do MAE nos conteúdos sobre branquitude e sexualidade.
“Como um projeto de divulgação científica crítica, o AMAA apresenta pesquisas de pouca circulação entre o público, daqueles estudos ligados à raça, gênero e sexualidade, e expõe a cumplicidade da ciência, enquanto instituição ocidental e colonial, na naturalização e fixação dos marcadores sociais da diferença”, aponta Loredana. “Nossos materiais denunciam como o colonialismo ainda intervêm para ocultar e distorcer os entendimentos culturais não ocidentais sobre gênero e sexualidade e a contínua retomada de povos indígenas e afrodiaspóricos”, diz.