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Desde o início desta semana, a série "Saúde Menstrual" orienta sobre os cuidados relacionados à menstruação, as doenças mais comuns envolvendo ciclos irregulares, como identificar possíveis sinais de alerta e quando procurar ajuda médica. Na publicação de hoje, será abordado o processo de ovulação e as implicações para o funcionamento do organismo feminino.
A ovulação é uma das etapas do ciclo ovariano e ocorre quando o óvulo está maduro e é liberado do folículo. Chegando às trompas, segue até o útero da mulher, onde recebe níveis de estrogênio e progesterona, hormônios que desempenham papel que vai muito além da fertilidade. Eles interferem na densidade óssea, na saúde do coração, no metabolismo, na qualidade do sono e na saúde mental.
Em mulheres com ciclo menstrual regular, a ovulação ocorre 14 dias depois do início da menstruação. Conforme a ovulação se aproxima, o corpo aumenta a produção de estrogênio. Isso causa o espessamento do revestimento do útero, o que ajuda a criar um ambiente apropriado para o espermatozoide. Com o estrogênio elevado, ocorre também o aumento repentino do hormônio chamado luteinizante (LH), que causa a liberação do óvulo maduro do ovário, o que ocorre de 24 a 36 horas após o aumento de LH.
O óvulo liberado sobrevive 24 horas após a ovulação e, se não for fecundado, o revestimento do útero será descartado com a menstruação. Após 28 dias, geralmente, a menstruação começará novamente marcando o início do próximo ciclo menstrual.
Durante a ovulação, é comum que a mulher sinta alguns sintomas, como dor leve na parte inferior do abdômen, aumento da temperatura corporal imediatamente ao acordar e mudança na textura do muco vaginal. Essa alteração não indica o dia exato da ovulação, mas sim, um período que se estende de, aproximadamente, um dia antes até um dia depois dela. O muco apresenta uma consistência mais fluida, de cor clara e é quando a mulher tem uma sensação maior de lubrificação. Existem testes rápidos adquiridos em farmácias que identificam o período de ovulação, a partir do perfil hormonal, testando uma amostra de sangue retirada durante a fase lútea.
Os ciclos de ovulação iniciam, juntamente, com a menarca, entre 11 e 16 anos, e seguem até a menopausa, que geralmente ocorre entre 45 e 55 anos. Entretanto, fatores como o uso de métodos contraceptivos hormonais, que bloqueiam a ovulação, podem influenciar nesse período. A própria gravidez ou gestação também bloqueia a ovulação, assim como as demais etapas do ciclo menstrual. Além disso, a amamentação e algumas condições de saúde, fatores ambientais ou internos, dieta ou mudanças nos exercícios físicos podem também alteram a fase ovulatória.
Ministério da Saúde - https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/janeiro/conheca-os-impactos-fisicos-do-processo-de-ovulacao
Saiba quais as principais doenças causadas por um ciclo menstrual irregular
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Na terceira publicação da série "Saúde Menstrual", saiba quais são as principais doenças causadas por um ciclo menstrual irregular, quais os sintomas e quando procurar um médico. Anteriormente, foram abordados tópicos como: o que é a menstruação, quais as características, as diferenças entre ciclo e fluxo menstrual, e as fases do ciclo do endométrio.
Para algumas mulheres, a menstruação apresenta características incomuns, com ciclos irregulares, diferentes texturas, coloração e intensidade. Ao identificar possíveis sinais de alerta, é necessário que um ginecologista seja consultado para avaliar o ciclo menstrual, assim como os sintomas. Cólicas intensas, por exemplo, podem ser sinais de que há algo errado.
Entre as principais doenças que estão relacionadas a um ciclo menstrual irregular estão:
A doença é caracterizada por um sangramento anormal, seja na sua regularidade, no volume, na frequência ou na duração, em mulheres que não estão grávidas. A abordagem das pacientes deve ser feita considerando a faixa etária, pois as causas principais do SUA variam quando se trata de adolescentes, mulheres em fase de vida reprodutiva ou no período climatérico. Para o diagnóstico, é preciso primeiro determinar a origem da alteração, que pode ser ocasionada por lesões anatômicas na estrutura do útero, como também por causas não estruturais.
É um distúrbio hormonal muito comum, caracterizado pela presença de cistos no ovário e que pode causar de problemas simples, como irregularidade menstrual e acne, até outros mais graves, como obesidade e infertilidade.
É uma alteração no funcionamento normal do organismo em que as células do tecido que revestem o útero (endométrio), em vez de serem expulsas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a sangrar. Os sintomas podem incluir dor abdominal, sangramento nas fezes, massa abdominal palpável, cólicas menstruais, diarreia ou prisão de ventre, dor para evacuar ou urinar, dor na relação sexual, entre outros.
São tumores uterinos benignos formados por tecido muscular. Acometem as mulheres, principalmente, na fase reprodutiva. As causas são desconhecidas, mas seu crescimento depende de fatores hormonais, diminuindo de tamanho após a menopausa. Geralmente causam sangramento uterino anormal, dor e pressão pélvica, sintomas urinários e intestinais, bem como complicações gestacionais.
São lesões benignas que podem causar problemas relacionados à menstruação e à fertilidade. Elas acontecem devido ao crescimento do tecido do endométrio. Alguns sintomas são: irregularidade nos períodos menstruais, normalmente com aumento do fluxo, sangramentos vaginais entre menstruações e após as relações sexuais, dor, que aumenta durante o período menstrual, além de dificuldade de engravidar.
São pontes de tecido cicatricial que formam barreiras no interior do útero ou vulva. O problema é decorrente, sobretudo, de traumas e intervenções cirúrgicas no local e representa um obstáculo para a fertilidade feminina. Podem causar cólicas e desconforto durante o ciclo menstrual.
É uma infecção que atinge os órgãos reprodutores femininos. É geralmente transmitida durante a relação sexual, quando bactérias se propagam da vagina para o útero, para as tubas uterinas ou para os ovários. Dentre os sintomas estão: dor pélvica, corrimento vaginal, dor durante a relação sexual, menstruação irregular, dor ao urinar, febre, fadiga e vômitos.
Mau funcionamento das gônadas, que são os ovários nas mulheres, onde a produção de estrogênio e progesterona acabam sendo inibidas. Geralmente causa falta de energia, perda de massa muscular, diminuição da libido, diminuição ou desaparecimento completo dos pelos corporais, problemas de fertilidade e ganho de gordura.
É possível observar, ainda, doenças como a coagulopatias, doenças hemorrágicas que alteram a capacidade de coagulação do sangue, causando sangramentos prolongados e excessivos. Além disso, podem ocorrer neoplasias, tumores que ocorrem pelo crescimento anormal do número de células.
Estão relacionadas também a um ciclo menstrual irregular, alterações hormonais, uso de medicamentos, infecções e inflamações, estresse e estilo de vida. Além desses, outros fatores também podem interferir no ciclo menstrual e toda a alteração deve ser investigada. Por isso, ao identificar o menor sinal de alerta, é fundamental buscar um médico especialista e de confiança.
Fran Martins
Ministério da Saúde