Quase lá: Mulheres são as maiores vítimas do tráfico de pessoas

Em oficina híbrida de trabalho realizada no Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, em 30 de julho, foram apresentados programas e práticas para prevenir o tráfico de pessoas, que afeta de modo especial mulheres e meninas.

IHU

 

“Como pessoas de fé, nos reunimos para dizer que é hora de acabar com esse flagelo” da escravidão moderna, frisou no evento a capelã da UN Church Center de Nova Iorque, pastora Dionne Boissiere.

A reportagem é de Edelberto Behs.

O Grupo de Coordenação Interinstitucional das Nações Unidas contra o Tráfico de Pessoas estima que 71% das vítimas do tráfico sejam mulheres e meninas. Mulheres representam 96% das vítimas traficadas para exploração sexual. O tema do Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas desse ano proclama “Não deixe nenhuma criança para trás”. Participantes ouviram que crianças e adultos podem ser traficados não apenas para o trabalho ou a exploração sexual, mas também em casos de casamentos forçados, adoção, transplante de órgãos, mendicância e atividades criminosas, como fraude de benefícios ou cultivo de drogas.

A fundadora paquistanesa da organização Silent No More, Robina Malik, reforça essa constatação, ao comentar as muitas e diferentes formas do tráfico humano e escravidão moderna. Ela apontou estratégias que podem ajudar a identificar e apoiar pessoas que foram traficadas. “Na verdade, é muito importante que responsabilizemos os governos”, frisou a fundadora e diretoria executiva da Pathfinders Justice Initiative, R. Evon Idahosa. A organização trabalhou com mais de 5 mil sobreviventes do tráfico sexual na Nigéria.

O coordenador nacional da Symbols of Hope Nigéria, pastor Emmanuel Subewope Gabriel, observou que esse país responde pelo maior número de vítimas ou sobreviventes do tráfico humano na África. A Symbols of Hope é uma iniciativa da Federação Luterana Mundial (FLM) que trabalha em conjunto com parceiros ecumênicos e agências governamentais na educação de mulheres e meninas sobre as táticas que os traficantes usam para atrair suas vítimas e famílias para esse lucrativo negócio que mobiliza 150 bilhões de dólares por ano.

A sobrevivente do tráfico Malaika Oringo, recuperada pelo Exército da Salvação, fundou e dirige a Footprint to Freedom, e trabalha com a ONU. Ela frisou que muitas culturas forçam as crianças a ficarem caladas sobre abusos sofridos, comportamento que protege os abusadores. Oringo defendeu uma “abordagem multicamada” em “espaços seguros” para que as vozes dos e das sobreviventes sejam ouvidas.

O encontro foi organizado pelo Conselho Mundial de Igrejas, a FLM, o Exército da Salvação, a United Women in Faith, a Federação Mundial Metodista e parceiros ecumênicos em Nova Iorque. O evento recebeu o título de “Intervenção estratégica: uma reflexão ecumênica sobre o tráfico de pessoas”.

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