Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20/7), os registros de desaparecimento cresceram 12,9% quando comparados ao ano anterior
Em 2022, o Brasil registrou 74.061 pessoas desaparecidas, uma média de 203 desaparecimentos diários, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20/7), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Os dados são referentes ao ano de 2022 e trazem um comparativo com o ano anterior. A maioria dos estados apresentou um aumento significativo nos desaparecimentos em comparação a 2021.
A região Sudeste concentra 46,7% dos registros e o estado de São Paulo é responsável por 20.411 ocorrências. Em seguida a região Sul, com 22,3% do total, com destaque para o Rio Grande do Sul, que alcançou a marca de 6.888 ocorrências. A região Nordeste, por sua vez, corresponde a 14,8% dos casos, seguido pelas regiões Centro-Oeste e Norte, com 9,7% e 6,5%, respectivamente.
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Os desparecimentos caíram somente nos estados de Goiás, com uma diminuição de 8,8%, e Minas Gerais, 1,2%. O relatório aponta que no Amapá o crescimento foi de 78,4%. No Acre, Roraima e Bahia o crescimento também foi expressivo, de mais de 50%. O Distrito Federal se destaca com 83,3 casos por 100 mil habitantes, a maior taxa do país e mais do que o dobro da nacional, que fica em 32 a cada 100 mil habitantes.
“Na primeira edição do Mapa dos Desaparecidos analisamos, brevemente, os casos no Distrito
Federal a partir de uma informação constatada na análise dos registros de ocorrência: a Polícia Civil do DF é a única que vincula o registro de desaparecimento ao registro de localização no próprio Boletim de Ocorrência. Em outras palavras, quando uma pessoa é localizada seu registro de desaparecimento é retirado da base e adentra, apenas, nas estatísticas de localização. Dessa forma, a polícia sabe exatamente quem continua desaparecido”, explica o documento.
Perfil dos desaparecidos
No triênio 2019-2021, dos mais de 300 mil registros analisados, 62,8% dos desaparecidos são homens, 29,3% são jovens entre 12 a 17 anos e 54,3% são negros. A taxa média de adolescentes desaparecidos, 84,4%, é quase três vezes superior à média nacional, de 29,5%.
As entraves no Brasil
Pesquisadores do FBSP apontam que a falta de um procedimento padronizado voltado para investigações de desaparecidos é um obstáculo que baseado na falta de um parâmetro a respeito cada tipo de desaparecimento. “Isso se reforça no fato de não termos, até o momento, um Procedimento Operacional Padrão (POP) na investigação dos desaparecidos”.
*Estagiária sob supervisão de Ândrea Malcher