No início da noite de terça-feira (24/10), recebemos o alerta da soltura do agressor da Ñandesy (guardiã da sabedoria ancestral) Tereza Espíndola, 87 anos, moradora da terra indígena Bororo, na cidade de Dourados/MS. O autor da ameaça prometeu, na frente das autoridades policiais, matar a Ñandesy quando fosse solto!!! Leia e Assine a Nota Pública
O criminoso foi preso na segunda-feira (23/10) justamente pelas ameaças constantes e violentas realizadas contra a vida da Ñandesy. No entanto, após 24 horas da prisão, ele já voltou às ruas mediante o pagamento de fiança no valor de um salário-mínimo (R$ 1.320).
Para a comunidade Guarani, a Ñandesy relatou que o criminoso invadiu a casa dela armado com uma faca, com ameaças de morte e gritos chamando-a de “bruxa”, além de ameaçar colocar fogo na casa tradicional da anciã – em nítido crime de intolerância religiosa.
A comunidade Guarani está em alerta, pois a Ñandesy não conta com nenhum tipo de proteção especial ou local seguro, mesmo com o absurdo do caso. A vítima não fala português fluentemente e a delegacia local não possui intérpretes para registrar o depoimento. Apesar de o crime violar os direitos humanos de liberdade de expressão religiosa e o direito à vida, as ameaças do agressor são tratadas pela polícia como uma briga de vizinhos, numa evidente manobra para escamotear as reais motivações do criminoso, além de invisibilizar e desqualificar a recorrência desse tipo de violência, que é sistemática na região.
Ressaltamos que esse tipo de crime faz parte do projeto supremacista de extermínio dos povos indígenas da região, fundamentada na violenta história colonial do Brasil, que é constantemente atualizada pela ação do agronegócio contra a demarcação das terras indígenas e pelo fundamentalismo religioso. A Ñandesy Tereza é uma artesã, parteira e também integrante do conselho da Kuñangue Aty Guasu, a maior assembleia das Mulheres Guarani e Kaiowá da América do Sul.
Conclamamos as autoridades dos governos estadual e federal e organizações de defesa dos direitos das mulheres e direitos humanos para tomar providências sobre o caso e, especialmente, proteger a vida da Ñandesy Tereza.
Um descaso total! Dourados é a maior reserva indígena urbana do país, a contratação de intérprete das línguas indígenas pelas Delegacias de Polícia nos municípios que possuam população indígena é recomendação da CPMI para o estado de Mato Grosso do Sul, feita em junho de 2013.
Acreditamos que os representantes da população indígena em Mato Grosso do Sul devem se movimentar não só para proteger a ñhandesy, como também para cobrar explicações sobre a questão dos intérpretes nas delegacias.
Caso sua entidade ou movimento quiser se manifestar e clamar pela vida da ñandesy Teresa Espíndola, assine a nota pública AQUI
Pela urgente proteção da anciã Ñandesy Guarani Tereza Espíndola
No início da noite desta terça-feira (24/10), recebemos o alerta da soltura do agressor da Ñandesy (guardiã da sabedoria ancestral) Tereza Espíndola, 87 anos, moradora da terra indígena Bororo, na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul. O autor da ameaça prometeu, na frente das autoridades policiais, matar a Ñandesy quando fosse solto!!! O criminoso foi preso na segunda-feira (23/10) justamente pelas ameaças constantes e violentas realizadas contra a vida da Ñandesy. No entanto, após 24 horas da prisão, ele já voltou às ruas mediante o pagamento de fiança no valor de um salário-mínimo: R$ 1.320.
Para a comunidade Guarani, a Ñandesy relatou que o criminoso invadiu a casa dela armado com uma faca, com ameaças de morte e gritos chamando-a de “bruxa”, além de ameaçar colocar fogo na casa tradicional da anciã – em nítido crime de intolerância religiosa.
A comunidade Guarani está em alerta, pois a Ñandesy não conta com nenhum tipo de proteção especial ou local seguro, mesmo com o absurdo do caso. A vítima não fala português fluentemente e a delegacia local não possui intérpretes para registrar o depoimento. Apesar de o crime violar os direitos humanos de liberdade de expressão religiosa e o direito à vida, as ameaças do agressor são tratadas pela polícia como uma briga de vizinhos, numa evidente manobra para escamotear as reais motivações do criminoso, além de invisibilizar e desqualificar a recorrência desse tipo de violência, que é sistemática na região.
Ressaltamos que esse tipo de crime faz parte do projeto supremacista de extermínio dos povos indígenas da região, fundamentada na violenta história colonial do Brasil, que é constantemente atualizada pela ação do agronegócio contra a demarcação das terras indígenas e pelo fundamentalismo religioso. A Ñandesy Tereza é uma artesã, parteira e também integrante do conselho da Kuñangue Aty Guasu, a maior assembleia das Mulheres Guarani e Kaiowá da América do Sul.
Conclamamos as autoridades dos governos estadual e federal e organizações de defesa dos direitos das mulheres e direitos humanos para tomar providências sobre o caso e, especialmente, proteger a vida da Ñandesy Tereza Espíndola.
Subscrevemos.
Cfemea – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH)
Justiça Global
AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras
REDEH - Rede de Desenvolvimento Humano
CESE- Cordenadoria Ecumênica de Serviço
UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES - UBM
Instituto Mulheres da Amazônia- IMA
Associação Justiça nos Trilhos
Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial
Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH Brasil
Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino
Grupo Tortura Nunca Mais - Bahia
Iser Assessoria
ABGLT - Associação Brasileira de Bissexuais, Gays, Lésbicas, Travestis, Transexuais e Intersexos