Quase lá: Novo promotor recusa tese de feminicídio do caso Julieta Hernández

No parecer o promotor Gabriel Salvino Chagas do Nascimento afirma que denúncia não condiz com o crime cometido

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

Julieta viajava pelo Brasil de bicicleta. Ao passar por Itacoatiara, cidade a 117 km de Manaus, ela foi assassinada - Divulgação/Redes Sociais

O novo promotor de Justiça responsável pelo caso da artista venezuelana Julieta Hernández, assassinada em Presidente Figueiredo (AM) no ano passado, recusou o pedido da família para reclassificar o crime como feminicídio. A informação foi publicada na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, na segunda-feira (5).

Leia também: Protesto organizado no Rio pede que assassinato de Julieta Hernández seja reconhecido como feminicídio

Segundo a jornalista, no parecer o promotor Gabriel Salvino Chagas do Nascimento afirma que “não há qualquer prejuízo em seguir o feito conforme a denúncia ofertada. Não se trata do momento apropriado para se discutir teses jurídicas em abstrato, eis que são questões de mérito”.

Gabriel Salvino Chagas do Nascimento assumiu o processo após a antiga promotora, Fábia Melo Barbosa de Oliveira, sair do caso. Ela se declarou suspeita por “motivo de foro íntimo”.

Julieta viajava pelo Brasil de bicicleta. Ao passar por Itacoatiara, cidade a 117 km de Manaus, ela foi assassinada. Em janeiro deste ano, o casal Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos foi denunciado pelo Ministério Público do Amazonas pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), estupro e ocultação de cadáver. Os dois confessaram o crime.

A família de Julieta, União Brasileira de Mulheres (UBM) e o Ministério das Mulheres do Governo Federal fizeram o pedindo a mudança na tipificação dos crimes.

À coluna de Mônica Bergamo, a irmã de Julieta, Sophia Hernández, criticou a decisão do promotor. “A visão patriarcal no caso da minha irmã é um ataque perigoso não só contra minha irmã, contra mim e minha mãe, mas também contra todas as mulheres”, afirmou Sophia.

Edição: Mariana Pitasse

fonte: https://www.brasildefatorj.com.br/2024/08/07/novo-promotor-recusa-tese-de-feminicidio-do-caso-julieta-hernandez

 


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Recomendamos a leitura

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...