Áudios e prints obtidos pelo Metrópoles mostram que Rosimeire Campos desabafou com a filha e tentou registrar ocorrência contra o ex
Horas antes de morrer, aos 46 anos, Rosimeire Rosa Campos descobriu que estava sendo rastreada pelo ex-marido, Anderson Cerqueira, 45. Em mensagens trocadas com a filha, Rosimeire mostrou que um aplicativo, apontou o rastreio e disse: “Meu Deus do céu, o perigo que eu estou correndo”.
>Um serviço do Google teria constatado a presença do smartphone de Rosimeire em outro celular, às 15h35. Esse outro aparelho seria o que Anderson estaria usando para saber dos passos da ex-esposa, diz a filha da vítima, Caroline Cavalcante, 24 anos.
Amedrontada, Rosimeire mostrou a notificação para a filha. A reação da mulher foi enviada à via, em mensagem de áudio.
Horas depois, Rosimeire e Anderson foram encontrados mortos, na sala de casa, pelo filho do casal, de 13 anos. A Polícia Civil (PCDF) ainda apura o caso, mas a principal linha de investigação é de que o ex-marido tenha matado a vítima e atentado contra a própria vida em seguid
Dificuldade de denunciar
Um dia antes, Rosimeire disse para a filha que tentou registrar denúncia contra o ex-companheiro junto à PCDF, mas encontrou dificuldades no site da corporação. Ela teria recebido orientação de uma promotora de Justiça dias antes, mas não localizou os campos para informar devidamente os dados de Anderson às autoridades.
“Que estranho, eu entrei no site que a promotora de Justiça passou, fiz a denúncia, mas não perguntou nome dele, telefone, nada. Só registrou a denúncia”, disse Rosimeire, na segunda-feira (5/8). Confira abaixo:
Em um dos prints, a filha aparece sugerindo que a mãe vá à delegacia:
O Metrópoles procurou a PCDF para questionar a respeito da dificuldade encontrada pela vítima de denunciar o suspeito, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
“Assassinada por um monstro”
Caroline Cavalcante, filha de Rosimeire, usou as redes sociais para dizer que a mãe foi morta “pelo monstro do ex-marido dela”. “Minha mãe foi assassinada da forma mais cruel que existe pelo monstro do ex-marido dela, e minha mãe não merecia isso”, afirmou.
Emocionada, a jovem aconselhou os seguidores a “aproveitar em vida” a companhia dos familiares. “Vocês têm que aproveitar em vida, porque eu me arrependo muito de todo tempo que eu perdi, de não ter ficado ainda mais perto da minha mãe. Agora não tem mais o que fazer”, lamenta.
Por meio de nota, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) informou não ter encontrado qualquer registro de atendimento da vítima na instituição.
“O MPDFT acredita que Rosimeire possa ter errado a nomenclatura da autoridade que buscou, ao receber orientação ou auxílio jurídico em outro órgão. O Ministério Público destaca, ainda, que tem núcleos especializados na questão, como o de Atenção às Vítimas e o de Gênero, além de protocolos de atuação em casos de violência doméstica, cuja orientação não condiz com o relatado no áudio em questão”, destacou a nota.
614 
