Após 14 horas de sessão, Sidronio Alves de Lima foi considerado culpado por júri popular
A Justiça de Goiás condenou Sidronio Alves de Lima a 18 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato da ex-esposa, Neurice Torres, em 11 de setembro de 2022. Dona Neura, como era conhecida, era integrante ativa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Goiás.
O julgamento foi realizado na última terça-feira (23), no Fórum de Minaçu (GO). Em sessão que durou 14 horas, ele foi condenado pelo júri popular. Militantes do MST viajaram de todas as regiões de Goiás e acompanharam a sessão de perto. Para o movimento, a condenação de Sidronio é importante para o enfrentamento à violência contra as mulheres.
O crime
Dona Neura foi encontrada morta seminua, com a cabeça afundada em uma caixa d'água, no assentamento rural Dom Roriz, em Minaçu. A investigação da Polícia Civil identificou Sidronio Lima como o principal responsável. Eles estavam separados desde 2017, quando ela o denunciou por agressão e tentativa de estupro.
Momentos antes de morrer, Dona Neura enviou mensagem a uma das filhas dizendo que estava com medo porque o ex-marido rondava a casa onde vivia. O assentamento fica na zona rural de Minaçu. Sidronio estava preso desde 8 de outubro de 2022, após ficar foragido por quase um mês após o crime.
Homenagem
O MST acompanhou o caso desde o início e designou o advogado Allan Hanehmann Ferreira para atuar como assistente de acusação junto ao Ministério Público. Em outubro de 2023, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) formalizou a criação do Assentamento Dona Neura, em Hidrolândia (GO), nomeado em homenagem à militante.
Edição: Thalita Pires