Cleidson se entregou à polícia após matar Anariel Roza em uma parada de ônibus, em Ceilândia, na madrugada desta terça. Esse é o 24º caso de feminicídio que ocorre no Distrito Federal neste ano. Vítima de feminicídio denunciou o autor três vezes por agressão
Cleidson Ferreira de Oliveira, de 37 anos, acusado de assassinar Anariel Roza Dias, 39, com golpes de foice, em Ceilândia, na madrugada desta quarta-feira (16/8), já tinha tentado matar a ex-companheira em abril de 2023. No boletim de ocorrência, a vítima relatou que o homem chegou embriagado em casa e a espancou com um pedaço de madeira nas costas.
- "Uma afronta à luta das mulheres", diz delegado sobre feminicídio
- Velório da 23° vítima de feminicídio no DF é marcado por protestos
Conforme consta no boletim de ocorrência, a vítima compareceu a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam II), em Ceilândia, e relatou aos agentes que mantinha um relacionamento com Cleidson há cerca de sete meses. Anariel relatou que o companheiro chegou em casa embriagado, pedindo dinheiro para comprar drogas, mas que ela teria negado.
Nisso, Cleidson pegou um pedaço de madeira e começou a dar golpes nas costas da vítima: “Vou te matar sua vagabunda, piranha, você não presta”, disse o acusado. Após as agressões, Cleidson saiu de casa e a mãe do assassino foi à casa da vítima para pegar os pertences do filho.
Nesse mesmo boletim, a vítima contou aos agentes que já registrou 28 boletins de ocorrência contra ex-companheiros, e que esse teria sido o primeiro contra Cleidson.
O crime
Anariel foi assassinada em uma parada de ônibus, na QNP 06/10, no Setor P Sul, em Ceilândia, por volta de 3h40. Uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) estava em uma delegacia, quando recebeu a informação de que havia tido um feminicídio na região, e começou o patrulhamento.
A vítima estava acompanhada por um outro homem, que Cleidson suspeitava ser um suposto amante dela. Quando chegou próximo a vítima, o assassino desferiu golpes na cabeça, no rosto e no pescoço. O homem que a acompanhava saiu correndo.
Cleidson se entregou na delegacia. Bastante nervoso, chegou dizendo que havia matado a “mulher dele e estava se entregando”. Com uma equipe da PMDF, Cleidson informou o local onde deixou a foice e o local do crime. Aos policiais, disse que tem problemas psiquiátricos e por isso está afastado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O assassino não conseguiu precisar quantos golpes ele deu na ex-companheira.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Cleidson tem outras passagens na polícia envolvendo violência contra a ex-companheira. Conforme decidiu o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) tinha determinado em abril, Cleidson não podia se aproximar da vítima e não poderia manter contato com ela por nenhuma rede social.
Esse é o 24º caso de feminicídio que ocorre no Distrito Federal neste ano.
fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2023/08/5117451-assassino-espancou-vitima-meses-antes-de-cometer-feminicidio-em-ceilandia.html
Vítima de feminicídio denunciou o autor três vezes por agressão
Antes de morrer, mulher registrou três ocorrências contra o ex-companheiro por injúria, ameaça e lesão corporal. Ela tinha medida protetiva contra o autor, porém o homem nunca chegou a ser intimado para cumpri-la, pois não foi encontrado pela polícia
Anariel Roza Dias, 39 anos, morta pelo ex-companheiro na madrugada desta quarta-feira (16/8), havia denunciado o homem três vezes por vias de fato, injúria, ameaça e lesão corporal. Ela tinha uma medida protetiva de proibição de aproximação contra o autor, Cleidson Ferreira de Oliveira, 37, no entanto, ele nunca chegou a ser intimado para cumprir a ordem pois não foi encontrado pela polícia.
A primeira ocorrência foi registrada por Anariel em 7 de janeiro deste ano como vias de fato — quando há ameaça à integridade física da vítima, sem lesão corporal — por ter levado chutes de Cleidson. Na ocasião, a vítima alegou que não queria medida protetiva e nem queria que ele fosse preso. Anariel disse que “só queria que ele voltasse para casa” e informou que estava grávida de três meses de Cleidson.
Em 2 de abril deste ano, Anariel compareceu novamente à delegacia para denunciar Cleidson. Desta vez, ela denunciou ter sofrido injúria, ameaça e lesão corporal. Na ocasião, nada mais foi mencionado sobre gravidez. A vítima denunciou ter sido espancada com um pedaço de madeira. “Vou te matar, sua vagabunda, piranha, você não presta”, teria dito o autor na ocasião das agressões.
Desta vez, Anariel pediu medida protetiva contra ele e a relação foi rompida.
A terceira ocorrência foi registrada em 30 de julho, por lesão corporal. Anariel levou um soco na boca e, depois de caída no chão, levou um chute nas costas. As agressões aconteceram em via pública e ela foi socorrida por populares. Ela tinha uma medida protetiva vigente, porém pendente de intimação do autor. Na ocasião, foram oferecidos a Anariel programas disponíveis para proteção de mulheres vítimas de violência: o Viva Flor e o Casa Abrigo, ambos recusados por ela.
O crime
Anariel Roza Dias, 39 anos, foi morta na madrugada desta quarta-feira (16/8) pelo ex, Cleidson Ferreira de Oliveira, 37, com golpes de foice em Ceilândia, nesta quarta-feira (16/8) em uma parada de ônibus em Ceilândia.
Preso em flagrante por policiais militares que patrulhavam a região, Cleidson foi conduzido à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) de Ceilândia, onde confessou o crime.