Revoltados e com medo de outro ataque, familiares de Cleonice Maria Lima cobram manutenção da prisão do criminoso
Metrópoles
Familiares de Cleonice Maria Lima, 46, apontam falhas nas medidas protetivas. A mulher foi alvejada pelo ex, Cleuson Sousa de Moura Silva (foto em destaque), 43, no Hospital São Francisco, em Ceilândia, no domingo (28/5).
Mesmo com medida protetiva, Cleonice foi atacada. Segundo a advogada da família da vítima, Nauane Buriti, os parentes estão muito abalados e assustados.
“Quando se tem uma medida protetiva, o Estado tem o dever legal de fazer a fiscalização, de agir. Hoje, a família sofre muito pela falta de apoio e de segurança”, destacou a advogada.
Para a família, o episódio mostrou uma falha no sistema de medidas protetivas. Não haveria policiais na região e o acusado entrou tranquilamente no hospital. “Neste momento, o sentimento da família é de revolta”, assinalou.
Quem é Cleonice
Nas palavras de familiares, Cleonice é uma mãe de família, religiosa e trabalhadora. “As pessoas que trabalham com ela dizem que ela é uma amiga, parceira. Todos gostam muito dela no hospital”, relatou a advogada.
Os filhos de Cleonice não são de Cleuson. Desde 2020, a vítima começou a tentar por um fim no relacionamento. De acordo com a advogada, os episódios de violência começaram pelo fato do acusado não aceitar o término.
“Eles estavam junto há quatro anos. Ele foi ficando mais agressivo e ela quis terminar, mas ele nunca permitiu. Nos últimos dois anos, ela vinha sofrendo essas perseguições”, comentou.
5 de maio
Em 5 de maio, o acusado foi ao mesmo hospital portando um objeto similar a uma arma. Não encontrou a vítima na recepção. Começou a entrar nas áreas restritas da unidade de saúde, até ser expulso por um segurança.
A vítima recebeu uma medida protetiva. Mas o acusado foi liberado na audiência de custódia. Segundo a advogada, a família ficou revoltada com a situação, pois cobrou mecanismos para manter realmente o criminoso distante.
Alertas
De acordo com a advogada, familiares tinham fortes suspeitas de um possível novo ataque e procurou a todo momento alertar Cleonice.
Segundo a advogada, para os familiares, a região em volta do hospital deveria ser policiada e também era necessário algum mecanismo para alertar sobre a possível proximidade do acusado como uso de tornozeleira eletrônica.
Familiares temem a possibilidade de soltura do acusado após a audiência de custódia. “Esse é um dos maiores medos da família. O que a família quer, neste momento, é o afastamento dele”, contou.
Justiça
A família quer a devida apuração criminal e avalia um eventual pedido de indenização, inclusive por eventuais falhas do Estado. O DF recentemente aprovou um lei para garantir o ressarcimento de vítimas doméstica.
“É uma mulher em uma situação grave de ameaça. Ela já tinha no dia 5 de maio sofrido esse atentado dentro desse mesmo hospital. E esse tempo todo ele estava à solta, conseguindo planejar a execução no dia 29 de maio”, disse.
Após o crime, Cleuson teria fugido do local em um Ford Escort Vermelho. Mas foi preso momentos depois em uma parada de ônibus da região.