Quase lá: Casos de feminicídio no DF dobram em relação a 1º trimestre de 2022

DF registrou 8 casos de feminicídio até a primeira semana de março de 2023. Em 2022, foram 4 registros do primeiro trimestre

 atualizado 05/03/2023 17:33

Na fotografia colorida, o homem aparece na frente ameaçando agredir a mulher que tenta se proteger no chão
Hugo Barreto/Metrópoles
 
 

O número de feminicídios registrados até a primeira semana de março deste ano é o dobro de casos que ocorreram durante os três primeiros meses de 2022. São 8 casos em 2023 até o momento em comparação com os 4 registros do primeiro trimestre de 2022. Os dados são do Painel de Feminicídios da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).

Dos 18 casos de feminicídio registrados em 2022, dois ocorreram em janeiro, um em fevereiro e outro em março. Veja gráfico completo:

Reprodução

Já em 2023, seis casos de feminicídio ocorreram em janeiro. E as duas vítimas mais recentes morreram na madrugada da última quinta-feira (2/3).

Celina lamenta casos

Durante lançamento do projeto Março Mais Mulher, na tarde da última quinta-feira (2/3), a governadora em exercício Celina Leão (PP) lamentou os casos que ocorreram na madrugada daquele dia.

“Todo o esforço dos órgãos responsáveis tem se mostrado incapaz de coibir a violência contra a mulher. Precisamos refletir onde estamos falhando. O dever de impedir esse tipo de comportamento é das autoridades, mas também de todo cidadão. Não permaneçam calados ao verem alguém com comportamento agressivo. Denunciem. Parem de matar nossas mulheres e deixarem nossas crianças órfãs”, desabafou.

Casos de 2023

O primeiro feminicídio de 2023 ocorreu em 1º de janeiro. Fernanda Letícia da Silva, de 27 anos, foi asfixiada pelo namorado Maxwel Lucas Rômulo Pereira de Oliveira, 32, na QNP 17, em Ceilândia. A segunda vítima do ano foi a cabeleireira Mirian Alves Nunes, 26, assassinada em 2 de janeiro, ao ser enforcada pelo marido, André Muniz, 52, dentro de casa, também em Ceilândia.

Em 17 de janeiro, Jeane Sena da Cunha Santos, 42, foi morta com um disparo de espingarda calibre 12 no Setor de Mansões Park Way. O companheiro da vítima, João Inácio dos Santos, 54, foi quem puxou o gatilho. Logo em seguida, ele tirou a própria vida.

 

Giovana Camilly Evaristo Carvalho, 20, foi a 4ª vítima de feminicídio de 2023 no DF. Ela morreu após levar dois tiros no rosto disparados por Wellingnton. Com as roupas sujas de sangue, ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar. O crime ocorreu na QNN 20 de Ceilândia Sul.

Izabel Aparecida Guimarães de Sousa, 36, foi a 5ª. Em 4 de fevereiro, Paulo Roberto Moreira Soares, 38, companheiro de Izabel, deu um tiro na testa dela. O caso ocorreu em Ceilândia. Ele tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

A 6ª vítima do ano foi Simone Sampaio de Melo, 40. Ela foi vítima de feminicídio, em uma rua na Quadra 49 do Setor Central do Gama. O suspeito é João Alves Catarina Neto, 45, ex-marido dela, preso em flagrante logo após o crime.

 

Letícia Barbosa Mariano, 25, foi a 7ª vítima. Ela foi assassinada, em 2 de março, na própria casa, em Taguatinga, pelo companheiro Guilherme Nascimento Pereira, 29. Letícia foi espancada até a morte, no banheiro do apartamento onde morava, no Setor de Indústrias Gráficas da região. O assassino confessou o crime após o pai e fugiu após cometer o feminicídio.

A 8ª vítima foi Rayane Ferreira de Jesus Lima, 18. Ela foi assassinada, em 2 de março, pelo ex-companheiro, no Caub 1, no Riacho Fundo II, de quem estava separada desde novembro de 2022. Por volta das 6h10, Jobervan Júnio Lopes Lima fugiu com o filho do casal, um bebê de 1 ano que ainda era amamentado pela mãe, e com o celular da vítima.

Canais de denúncias

Quatro meios para recebimento de denúncias são disponibilizados pela PCDF: a denúncia on-line, o telefone 197 Opção 0 (zero), o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e o WhatsApp (61) 98626-1197. A PM também se coloca à disposição pelo 190.

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