Quase lá: Mulher trans compartilha relato de agressão em casa de samba: “Incrédula com tanta violência que passei”

Zuri usou o Instagram para relatar o que aconteceu; estabelecimento desmente versão e afirma que foi alvo de boatos

Isabella Wandermurem, no Portal Terra, 22 janeiro de 2024


Zuri relatou que está com diversos hematomas e que foi agredida por um grupo de homens
Foto: Reprodução: Instagram/zurialm/casaraodofirmino


Na última sexta-feira, 19, duas mulheres trans foram agredidas após um samba no Casarão do Firmino, na Lapa, localizado no Rio de Janeiro. Nas redes sociais, uma das vítimas, Zuri, relatou o que teria acontecido.

De acordo com Zuri, ela e sua irmã, que também é uma mulher trans, teriam sido agredidas por um grupo de mais de 15 homens. A modelo ainda relata que ela e Lua, a outra vítima, estão com hematomas por todo o corpo, além de um nariz quebrado esperando por uma cirurgia. “Ainda incrédula com tanta violência que passei”, escreveu.

Após um desentendimento dentro do estabelecimento, as mulheres teriam sido jogadas para fora da casa de shows, onde as agressões continuaram, com a participação de seguranças, ambulantes e motorista de aplicativo.

“Após me retirar agressivamente do samba iniciaram uma agressão verbal com falas transfóbicas como: 'pode bater que é tudo homem, 'nela [uma segunda irmã da denunciante, que é uma mulher cisgênero] eu não bato, mas em vocês dois eu meto a porrada', 'eu pensava que era mulher, senão já tinha batido antes', nos jogaram no chão e nos chutaram por todo o corpo, cabeça e rosto”, compartilhou Zuri.

Com a ajuda de pessoas que estavam no local, as mulheres foram colocadas em um táxi, no entanto, as agressões não pararam. “Os seguranças do casarão fizeram uma barreira humana na rua e impediram de o táxi sair, falaram que a gente não iria sair dali”, relatou.

Acesse aqui a publicação de Zuri

A modelo disse ainda que pediu para o taxista fechar a janela do veículo para que elas pudessem fugir das agressões, mas, antes mesmo de subir os vidros, os seguranças tiraram o motorista do carro para agredir novamente as mulheres. “Falam para gente descer e sair andando de lá, começo a dizer que parem, que estamos muito machucadas e um deles abre a porta de onde estou e dá um pisão em meu rosto”, contou. 

Após conseguirem sair do local e sem ter como pedir ajuda, depois da agressão e furto, as vítimas pediram ajuda para uma viatura de polícia que encontraram por perto, sendo levadas para registrar um boletim de ocorrência na 5ª DP do Rio de Janeiro. 

No Instagram, o Casarão do Firmino se pronunciou afirmando que estão sendo alvos de boatos. “Esclarecemos que o samba havia terminado quando um grupo, já do lado de fora, começou a arremessar garrafas em direção à grade onde ficam os colaboradores. Dois seguranças do Casarão foram atingidos, socorridos e, em seguida, prestaram depoimento em sede policial, sendo encaminhados para exame de corpo de delito”, disse a casa de shows.

O estabelecimento destacou também que “repudia com veemência todos os tipos de violência. Com a mesma força, combate qualquer mentira criada para ocultar os verdadeiros provocadores e culpados dessa confusão”.

Acesse aqui a publicação do estabelecimento

O Terra Nós entrou em contato com a delegacia para um pedido de esclarecimento a respeito do caso e eventuais atualizações serão adicionadas na matéria.

LGBTfobia é crime. Saiba como denunciar 

LGBTfobia é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de LGBTfobia, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.

Saiba mais sobre como denunciar aqui.

 

Fonte: https://www.terra.com.br/nos/mulher-trans-compartilha-relato-de-agressao-em-casa-de-samba-incredula-com-tanta-violencia-que-passei,f0f186bb96131de9c6bd30e61161675565mj5ybx.html 


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