Secretaria de Mulheres e Executiva da Juventude exigem expulsão imediata do partido
Wilmar Lacerda segue em prisão preventiva após audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (25) em Brasília
O vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Distrito Federal, Wilmar Lacerda, foi preso preventivamente, na noite desta quinta-feira (24), por suspeita de violência sexual contra adolescentes.
Em nota, o PT informou que Lacerda foi afastado cautelarmente do partido, “até que se esclareçam os graves fatos noticiados”, “garantindo a ele o exercício do direito de defesa nas instâncias competentes". Algumas instâncias do partido, no entanto, exigem a expulsão imediata de Lacerda da sigla.
O vice-presidente do PT-DF foi preso pela Polícia Civil do DF (PCDF) no âmbito da operação Predador, que investiga denúncias de crimes sexuais contra adolescentes no DF. Lacerda foi ouvido pela polícia em audiência de custódia nesta sexta-feira (25) e teve a prisão preventiva mantida. Os advogados de defesa informaram que analisam o processo para ingressar com pedido de habeas corpus.
A defesa de Walmir Lacerda afirmou que o cliente "foi surpreendido" com o cumprimento de mandado de prisão preventiva que, segundo os advogados, está "alicerçada em equivocadas premissas e em fantasiosas deduções elásticas". Em nota divulgada após a audiência de custódia, a defesa disse ainda que Lacerda está "convicto de sua absoluta inocência" e que continuará contribuindo para o esclarecimento dos fatos até o "justo desfecho do caso".
Operação Predador
Em agosto deste ano, a operação Predador prendeu um empresário de 61 anos suspeito de aliciar e abusar de "dezenas de adolescentes, a maioria com 12 e 13 anos de idade". Segundo a investigação, o empresário organizava festas com meninas em uma chácara, em Brasília, e dava presentes para elas.
Lacerda é amigo do empresário detido e, segundo o blog da jornalista do Correio Braziliense Ana Maria Campos, ao cumprir mandados de busca e apreensão, policiais civis encontraram no telefone do investigado troca de mensagens entre ele e Lacerda sobre os crimes.
Em nota, o vice-presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), deputado distrital Ricardo Vale (PT-DF), disse que é "inaceitável que crimes hediondos como esse sejam usados para disputas políticas".
"Sabemos que esses crimes contra crianças e mulheres ocorrem em todas camadas sociais e vertentes políticas, até mesmo religiosas. Para os culpados, espero todo o rigor da lei, que investiguem e punam todos os que atentam contra a infância e a juventude", declarou.
Instâncias pedem expulsão imediata do partido
A Executiva da Juventude do PT-DF exigiu, em nota, a expulsão imediata de Wilmar Lacerda do partido. “Atitudes como essas não condizem com as bandeiras históricas do nosso partido”, afirmam.
“Fomos fundados por mulheres feministas que sempre enxergaram na política ferramenta vital para uma profunda transformação dessa realidade de violências e desigualdade de gênero que é imposta ao nosso país. Por isso, não é possível a compatibilidade de militantes que cometam atos que afrontem tais princípios tão caros ao Partido, mas em especial, a agenda de luta protagonizada pela juventude”, defende a nota.
A Secretaria de Mulheres do partido no DF também pediu a expulsão do vice-presidente. “Enfrentamos agressores em todos os níveis e reafirmamos nosso compromisso inabalável: não aceitaremos que qualquer membro de nosso partido participe ou seja conivente com a violência sexual contra crianças e adolescentes. Nossa luta em defesa dos direitos das mulheres, adolescentes e crianças é permanente”, afirmam em nota.
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Edição: Flávia Quirino