Quase lá: Mulher trans, Lady Chokey desabafa: “Saí do Brasil pra não morrer”

Brasil continua sendo o país que mais mata trans. A influenciadora compartilhou a dura realidade da comunidade LGBTQIAPN+ no país durante o GringaCast, apresentado por Renato Ray.

Metrópoles

 

A youtuber e influenciadora trans Lady Chokey, que está fora do Brasil há cerca de três anos, compartilhou sua dura realidade durante o podcast GringaCast, apresentado por Renato Ray. A ida para o exterior foi motivada pela violência crescente e pela falta de oportunidades para pessoas trans.

“Se eu ficasse mais tempo no Brasil, talvez eu nem estaria aqui, falando com você. O Brasil é um país muito complicado. A gente tem uma falsa ilusão de que está em casa, mas a realidade não é bem assim”, afirmou.

De acordo com o relatório mais recente do Trans Murder Monitoring (TMM), divulgado em novembro de 2023, no Dia Internacional da Memória Transgênero, o Brasil permanece como o país que mais mata pessoas trans no mundo, pelo 15º ano consecutivo.

Entre outubro de 2022 e setembro de 2023, foram registrados 321 assassinatos de pessoas trans ao redor do mundo, sendo pelo menos 100 no Brasil — 31% do total.

Além da violência, Lady mencionou a constante pressão social como fator decisivo para sua mudança: “Infelizmente, o índice de expectativa de vida para uma pessoa trans no Brasil não é muito alto. Esse foi o principal motivo pelo qual eu saí”. 

Chokey também compartilhou a experiência desafiadora com a plataforma TikTok, que resultou em um processo judicial. Ela explicou que perdeu seu perfil de forma repentina, afetando seu trabalho como criadora de conteúdo.

“Eu processei o TikTok porque eles baniram a minha conta, alegando que eu estava infringindo as diretrizes da plataforma. Esse processo já dura dois anos. Eu ganhei a ação, inclusive, e eles me devolveram a conta há cerca de cinco dias”, revelou.

A moça ainda detalhou como a suspensão veio em um momento crucial, prejudicando sua monetização e crescimento na web:

“Entrei no TikTok quando a plataforma chegou com tudo no Brasil. Minha conta tem quase meio milhão de seguidores. Tenho um vídeo com 50 milhões de visualizações e mais de um milhão e meio de likes”, lembrou.

Lady Chokey completou: “Eles me silenciaram pouco antes da monetização ser disponibilizada para os criadores de conteúdo e eu perdi toda essa fase. Foram dois anos sem poder criar conteúdo e monetizar, dois anos sem postar vídeo. Me senti muito prejudicada, então processei”.

A influencer já viveu em cidades como Paris e Londres e, atualmente, reside nos Estados Unidos, onde usa suas plataformas para dar visibilidade à luta da comunidade trans e LGBTQIAPN+.

 

fonte: https://www.metropoles.com/colunas/fabia-oliveira/mulher-trans-lady-chokey-desabafa-sai-do-brasil-pra-nao-morrer

 


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