Programação é composta por rodas de conversa, seminários, festivais, lançamentos de podcasts, shows, mostras e saraus
Ações formativas, rodas de conversa e atividades culturais com protagonismo de mulheres negras fazem parte da programação do Julho das Pretas no DF - Kaio de Aquino
O Julho das Pretas já começou em todo o país e no Distrito Federal. A 12ª edição da mobilização nacional traz o tema “Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver”.
“A partir deste mote, o Julho das Pretas inquieta, mobiliza e provoca mulheres e meninas negras a discutirem e articularem o projeto de Reparação Histórica pelos terríveis danos causados pelo colonialismo e escravização do povo preto - que perdurou por quase 400 anos e que ainda orientam o pensamento e o modus operandi racista e patriarcal da elite branca que governa este país. As mulheres negras já começaram a fazer os cálculos e agora queremos saber: quem vai pagar a conta?”, explicam as organizações que articulam a agenda.
O tema também é um chamado para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que acontecerá em Brasília no dia 25 de novembro de 2025. São esperadas mais de um milhão de mulheres negras nas ruas da capital.
“É tempo de estarmos irmanadas, ativas e construindo estratégias para chegar até Brasília certas do nosso compromisso e propósito político para esta nação. Seremos 1 milhão de mulheres negras nas ruas, marchando rumo a um futuro mais justo para todes!”, convocam.
A agenda do Julho das Pretas começou como uma ação coletiva local idealizada pelo Odara - Instituto da Mulher Negra, na Bahia, em 2013. A mobilização cresceu, tomou o Nordeste e o Brasil, e hoje se consolida como uma das maiores agendas políticas feministas da América Latina.
A programação é composta por rodas de conversa, seminários, festivais, lançamentos de podcasts, shows, mostras, saraus e uma infinidade de atividades que dialogam com o tema da edição.
Criado inicialmente para demarcar as lutas em torno do 25 de Julho - Dia Internacional da Mulher Afrolatinoamericana e Afrocaribenha e, desde de 2015, Dia Nacional de Tereza de Benguela, o Julho das Pretas se transformou em um marco da incidência política feminista negra, que abrange desde a Amazônia até o extremo Sul do Brasil.
Atualmente a agenda é organizada pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Rede de Mulheres Negras do Nordeste e Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira.
Julho das Pretas no DF
As atividades do Julho das Pretas no DF já começaram e se estendem até o final do mês. Debates, encontros formativos e ações culturais com protagonismo de mulheres negras fazem parte da programação.
Nesta terça-feira (16), o grupo brasiliense Sambadeiras de Roda recebe Vitória Orí, professora de ritmos e percussão e regente de blocos carnavalescos diretamente de Belo Horizonte (MG). Em conjunto, vão oferecer uma oficina de samba de roda, às 19h, no Circo Encantado.
A festividade continua na sexta-feira (19), com um Arraiá na Casa Cultural Kaluanã, no Mercado Sul Taguatinga, a partir das 20h. Além do grupo e da percussionista mineira, o DJ Kirianga também vai agitar a pista de dança. Os ingressos para a oficina e o Arraiá podem ser adquiridos aqui.
O Sindicato dos Bancários do DF vai promover uma roda de conversa sobre “Políticas Públicas do DF sob Olhar de Mulheres Negras”. O encontro acontece nesta sexta-feira (19), a partir das 15h30, no Teatro dos Bancários (314/15 Sul). Confirme presença aqui .
“Diante da essencialidade das políticas públicas para a garantia de direitos e reparações e da promoção do bem-estar social para a população feminina negra, o debate tem o objetivo de proporcionar a troca de experiências acerca dos desafios e potencialidades do trabalho desempenhado por gestoras públicas negras do Distrito Federal’, convida o Sindicato.
A Comissão da Verdade sobre a Escravidão de Pessoas Negras no DF e Entorno também será tema do debate, a partir do levantamento promovido pelo Sindicato em 2017. A publicação traz dados inéditos sobre o contexto histórico da população negra na região, que estão presentes aqui desde séculos antes da construção de Brasília.
Serão distribuídos exemplares do livro, a fim de divulgar informações sobre a história do DF, além de fortalecer os debates da academia, a atuação da sociedade civil e as políticas voltadas aos afrodescendentes.
Já o PorElas, coletivo de mulheres periféricas do DF, organiza uma série de atividades, com debates e atividades culturais, para os dias 20 e 21 de julho.
No sábado (20), o grupo vai montar o espaço Cria, pensado para conversar sobre história e ancestralidade com as crianças. Também haverá exibição de filme infantil, em parceria com a Casa Akotirene.
A partir das 14h, acontece um momento especial de conexão e troca de afeto, com roda de conversa de tema livre e feitura de tranças. Depois, haverá oficina de capoeira.
No mesmo dia, a partir das 15h, começa o Sarau Raiá do Sol, em parceria com a Feira do Gueto. Além das comidas típicas, o local vai contar com brechós e exposição de artesanatos. À noite, a programação segue com Sarau com palco aberto e apresentações de Dj Kliff, Dj Mano Mix e studio de dança Mary Mell.
“Em celebração à cultura nordestina, o Espaço Cultural ELAFAV MOB realiza o segundo arraial, mas dessa vez pra esquentar ainda mais nossos corações, para além da fogueira e do quentão, terá mic aberto pra poesias”, convida a organização.
Já no domingo (21), haverá uma roda de conversa sobre letramento racial e solidão da mulher negra, a partir das 14h.
Todas as atividades organizadas pelo PorElas acontecerão no Condomínio Plaza Park, Chácara 114, conjunto B, casa 10 Sol Nascente, Trecho 3.
A partir do dia 25 de julho, começa a 17ª edição do Festival Latinidades em Brasília. Serão 3 dias de programação formativa e artística gratuita, no Museu Nacional da República.
“Ser fã de mulheres negras em uma sociedade racista e machista é revolucionário”, afirma a idealizadora do Festival, Jaqueline Fernandes.
Segundo ela, a edição deste ano é uma síntese de tudo que o Latinidades vem construindo nestes 17 anos de existência, colocando mulheres negras em evidência em todas as esferas do evento: “no palco, atrás das cortinas, nas posições de diretoria e articulação, e como fornecedoras e empreendedoras”.
O evento conta com palestras, oficinas, shows, feiras, exposições, exibições e outras atividades. Serão discutidos temas como a prática de trançar enquanto patrimônio cultural e economia criativa e mulheres negras na mídia. Confira mais detalhes sobre a programação aqui.
Programação Julho das Pretas no Distrito Federal
16 de julho
Oficina de Samba de Roda
Horário: 19h
Local: Espaço Inventado (813 sul)
Ingressos: aqui.
19 de julho
Roda de conversa “Políticas Públicas do DF sob Olhar de Mulheres Negras”
Horário: 15h30
Local: Teatro dos Bancários (314/15 Sul)
Confirme presença aqui .
Arraiá Sambadeiras de Roda & Samba du Orídendê
Horário: 19h:
Local: Casa Kaluanã (Qd 13 Mercado Sul Taguatinga)
Atrações: Sambadeira de Roda com Du Oridendê, Dj Kirianga, Coco Du Bem
Ingressos: aqui.
20 de julho
Atividade: Espaço Cria
Horário: 9h
Organização responsável: Coletivo PorElas
Local: Condomínio Plaza Park, Chácara 114, conjunto B, casa 10, Sol Nascente, Trecho 3, Brasília - DF
— Painel em parceria com a Casa Akotirene
— Filme infantil em parceria com a Casa Akotirene
Atividade: Sarau Pretas da Periferia
Horário: 15h
Organização responsável: Coletivo Ela Fav Por Elas
Local: Condomínio Plaza Park, Chácara 114, conjunto B, casa 10, Sol Nascente, Trecho 3
Atrações: Dj Kliff, Dj Mano Mix, Apresentação com o studio de dança Mary Mell
21 de julho
Rodas de Conversa Letramento Racial e a Solidão da Mulher Negra
Horário: 15h
Organização responsável: Coletivo Ela Fav Por Elas
Local: Condomínio Plaza Park, Chácara 114, conjunto B, casa 10, Sol Nascente, Trecho 3, Brasília - DF
25 de julho
Debate: Trancistas - patrimônio cultural, economia criativa e trabalho
Horário: 14h
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
Abertura da exposição:Afrolatinas - 30 anos em movimentos
Horário: 19h
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
Sessão Premiere do documentário Afrolatinas – 30 anos em Movimentos
Horário: 20h
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
26 de julho
Debate: Mulheres Negras na Mídia
Horário: 14h
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
Premiação Mulheres Negras na Mídia
Horário: 15h30
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
Aula show: Folha Funciona
Horário: 16h30
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
Afro Fusion Modeling
Horário: 19h
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
Mostra Humor Negro
Horário: 19h30
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
Show Nós Negras e Sandra de Sá
Horário: 21h
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
27 de julho
Exposição e oficina das Rainhas Coroadas
Horário: 10h
Organização responsável: Rainhas Coroadas e Mulheres Negras Baobá
Local: Setor de Chácara Lúcio Costa Guará, Brasília - DF
Instagram: @rainhascoroadas
O Chá das Pretas
Horário: 13h
Organização responsável: Empreendedora Individual, Tatiana dos Santos Penha
Local: Setor Norte, Conjunto 11, Industrial, Brasília Estrutural - DF
Instagram: @moudrakartes
Espaço literário
Horário: 14h
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
Shows de Alaíde Costa, Bia Ferreira, La Dame Blanche (Cuba), Sister Nacy (Jamaica), Gaby Amarantos, Ebony Pongo (Angola) e Irmãs de Pau
Horário: a partir de 19h
Responsável: Rede Afrolatinas
Local: Museu Nacional
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Edição: Márcia Silva