“O que o poder do feminismo negro significa hoje?”. Essa pergunta intrigante e provocativa foi temática de um dos painéis do Fórum dos Feminismos Negros, que aconteceu entre os dias 4 e 7 de fevereiro, na cidade caribenha de Bridgetown, em Barbados
Artigo produzido por Redação de Geledés
Geledés esteve na ilha caribenha que reuniu feministas negras do mundo inteiro
“O que o poder do feminismo negro significa hoje?”. Essa pergunta intrigante e provocativa foi temática de um dos painéis do Fórum dos Feminismos Negros, que aconteceu entre os dias 4 e 7 de fevereiro, na cidade caribenha de Bridgetown, em Barbados, do qual participou Geledés – Instituto da Mulher Negra.
“Para além de responder a essa pergunta, diante do que acontece no mundo, é preciso conectar as mulheres negras de maneira transnacional. A diversidade e inclusão foram bem contempladas neste fórum. A ideia do encontro era que feministas negras de todo o mundo pudessem compartilhar experiências sobre estratégias de luta contra o racismo, sexismo, homofobia, capacitismo e todas as formas de opressão vividas por mulheres negras”, avalia Maria Sylvia de Oliveira, coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça, que esteve no evento ao lado de outra coordenadora de Geledés, Nilza Iraci, da área de Advocacy e Incidência.
O fórum foi patrocinado pelo Fundo Feminista Negro que financia movimentos feministas negros liderados por mulheres, meninas negras e pessoas de gênero expansivo nas Américas, Oriente Médio, Europa e África.
Entre os painéis destacados por Maria Sylvia está o que abordou o uso de tecnologias feministas negras. O debate girou em torno de como criar novas tecnologias que deem conta das agendas e ideias feministas e de como as mulheres negras podem contribuir para a construção de bens tecnológicos que serviam aos movimentos feministas negros.
O fórum também evidenciou as comunidades negras que estão mais à frente da justiça climática no planeta. Outra tema importante foi o debate sobre o que fazer diante da manutenção do imperialismo, do patriarcado e dos interesses coloniais mesmo com a derrubada de regimes autoritários. Para este painel foram convidadas feministas negras da África do Sul, Sudão, Granada e Tunísia, países que vivenciaram estas situações políticas. Não à toa, o local escolhido, Barbados, foi “a primeira ‘sociedade escravista negra’ da Grã Bretanha colonial, com uma emblemática história de resistência. Segundo Hilary Beckles, historiadora barbadense e presidente da Comissão de Reparação da Comunidade do Caribe (CARICOM), Barbados foi “uma das sociedades mais sistemicamente violenta, brutal e racialmente desumana da modernidade.