Quase lá: BB lança editais voltados a mulheres negras e retoma projeto de reflexão sobre racismo

O edital selecionará projetos com orçamento individual entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, inscritos por organizações sem fins lucrativos, de direito privado, constituídas no Brasil, que atuem no terceiro setor e que possuam mulheres negras no quadro diretivo

Por Estadão

- O Globo

Banco do Brasil — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Banco do Brasil — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Banco do Brasil lançou nesta segunda-feira, 27, um edital de seleção pública para projetos de empoderamento socioeconômico de mulheres negras. Através da Fundação BB, serão destinados R$ 12 milhões a ações voltadas a esse público. Além disso, a Fundação resgatou o projeto "Racismo e Sexismo: O Olhar de Lélia Gonzalez", de reflexão sobre os dois temas na sociedade.

O edital selecionará projetos com orçamento individual entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, inscritos por organizações sem fins lucrativos, de direito privado, constituídas no Brasil, que atuem no terceiro setor e que possuam mulheres negras no quadro diretivo. As inscrições vão de 28 de novembro deste ano a 19 de fevereiro do ano que vem.

As propostas terão de atender aos seguintes eixos temáticos: mulheres negras rurais e urbanas - empoderamento social, cultural e educacional; mulheres negras rurais - empoderamento e empreendedorismo; mulheres negras urbanas - empoderamento e empreendedorismo.

O edital é fruto do protocolo de intenções assinado pelo BB e pelo Ministério da Igualdade Racial em julho deste ano, para ampliar ações afirmativas de raça e gênero. "O objetivo desta seleção pública é ampliar a capacidade produtiva e criativa de mulheres negras empreendedoras, dentro de um propósito maior de redução de desigualdades sociais, combate ao racismo e promoção da igualdade racial", diz em nota a presidente do banco, Tarciana Medeiros.

Os termos de seleção passaram por uma oficina de consulta participativa, em outubro, com representantes da sociedade civil, de movimentos sociais e de grupos e coletivos. Houve a participação ainda de representantes do governo federal e de funcionárias do grupo de diversidade do banco.

"O lançamento do edital é uma ação promovida pela Fundação BB em apoio à diversidade e à inclusão racial, voltada especialmente a pessoas que integram público priorizado pela instituição formado, entre outros, por mulheres e jovens de comunidades tradicionais, catadoras, ribeirinhas, quebradeiras de coco babaçu, agricultoras familiares, integrantes de coletivos urbanos", afirma o presidente da Fundação BB, Kleytton Morais.

 

Resgate

A Fundação retomou ainda o projeto que utiliza o legado da escritora e ativista Lélia Gonzalez, morta em 1994. O objetivo é incentivar a reflexão e a conscientização sobre a estrutura e o funcionamento do racismo e do sexismo na sociedade, de acordo com o BB.

O Projeto Memória foi criado pela Fundação BB para preservar a vida, o pensamento e a obra de importantes personagens brasileiros. Além de Gonzalez, que foi a homenageada da última edição, realizada em 2015, também já foram retomadas as obras de personalidades negras como João Cândido, Marechal Rondon e Josué de Castro.

Na retomada, o projeto tentará fomentar a crítica e o combate a atitudes racistas a partir da identificação e do reconhecimento destas atitudes no cotidiano. A ideia é produzir livros e audiolivros, além de um site do projeto para apoiar atividades em escolas de capitais como Brasília, Salvador, São Luís, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Belém.

Serão destinados R$ 3,5 milhões pela Fundação para a iniciativa. "Lélia é e continuará sendo o grande exemplo que inspira o labor desta geração de guerreiras, que marca e demarca a trajetória da luta contra o racismo e o sexismo no Brasil. Ao legado de Lélia Gonzalez, o movimento negro e o Brasil devem muito", diz Morais.

A presidente do BB afirma que o resgate é parte do compromisso do banco com a causa. "Ao promover a releitura do Projeto Memória de Lélia Gonzalez, a Fundação BB contribui para o compromisso do Banco do Brasil de reconhecimento e valorização da diversidade étnico-racial brasileira, por meio de práticas pedagógicas inclusivas", diz Medeiros.

 

fonte: https://epocanegocios.globo.com/google/amp/empresas/noticia/2023/11/bb-lanca-editais-voltados-a-mulheres-negras-e-retoma-projeto-de-reflexao-sobre-racismo.ghtml

 


Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...