Quase lá: Criola divulga relatório com recomendações ao Mecanismo Especializado para Promover a Justiça Racial e a Igualdade na Aplicação da Lei (EMLER)

O Relatório “Impacto da Violência Produzida pelas Polícias Brasileiras contra as Mulheres Negras Cis e Trans” denuncia violações de direitos humanos e apresenta ações e estratégias a serem adotadas pelo Estado

brasileiro

 

CRIOLA - 5/11/2024

 

No Brasil, muitos são os questionamentos sobre as dinâmicas de violência que marcam a atuação das polícias contra a população negra. Homens, jovens, crianças e mulheres negras fazem parte dos grupos mais afetados por tais violências e violações de direitos praticados pelas polícias, especialmente as que atuam nos territórios mais vulnerabilizados da cidade.  

Além dos assassinatos praticados por esses agentes do Estado, a atuação das polícias gera também outros tipos de violações, como: violência sexual, patrimonial, comunitária, política e a destituição de direitos em diversas esferas da vida das vítimas, ocasionando problemas estruturais de falta de acesso à justiça, ao trabalho, ao lazer, à educação, à saúde, à alimentação adequada, dentre outras consequências. 

Quando olhamos para essas violências a partir da raça e do gênero, constatamos que mulheres negras cis e trans sofrem graves violações: criminalização e encarceramento, não apenas por causa de parceiros ou familiares, mas elas mesmas enquanto alvo das operações; desdobramentos familiares das frequentes operações que matam os jovens negros, seus filhos, maridos e familiares; e, para as mulheres trans, perseguições, agressões e encarceramento são as violações mais latentes.  

As recomendações de Criola ao Mecanismo especializado para promover a justiça racial e a igualdade na aplicação da lei (EMLER) 

Como forma de denunciar as graves violações de direitos humanos praticadas pelas polícias no Brasil, Criola apresentou e denunciou o quadro das violências as quais mulheres cis e trans estão submetidas e as recomendações de ações e estratégias necessárias para combater essas violências, através do Relatório Impacto da Violência Produzida Pelas Polícias Brasileiras Contra as Mulheres Negras Cis e Trans, direcionado ao EMLER há alguns meses.  

Em 1 de Outubro deste ano, a ONU publicou o Relatório do Mecanismo Internacional de Especialistas Independentes para o Avanço da Igualdade e Justiça Racial na Aplicação da Lei sobre sua visita ao Brasil, contendo as conclusões finais dos especialistas após observações e escutas feitas durante sua visita oficial ao Brasil. Entre as conclusões publicadas, encontram-se algumas das recomendações endereçadas por Criola em seu relatório. Além disso, as conclusões destacam os agravos causados pelo racismo religioso, pauta importante na ação política de Criola, relembrando que “religiões e práticas culturais afro-brasileiras enfrentam discriminação, repressão estatal e perseguição, refletindo preconceitos profundamente arraigados que visam suprimir suas práticas”.  

Criola convida toda a sociedade para acessar os importantes dados apresentados anteriormente ao Mecanismo: 

Criola colabora com agenda em Brasília para avanço dos diálogos sobre o Mecanismo e outros instrumentos de incidência internacional  

Como parte de sua agenda de incidência política, Criola participa do evento Justiça Racial no Cenário Internacional, entre os dias 4 e 6 de novembro, em Brasília. Direcionada pelo Instituto Raça e Igualdade, a programação tem por objetivo “aumentar a conscientização, discutir e avaliar as recomendações recebidas pelo Brasil no âmbito do relatório EMLER, da revisão do Brasil no Comitê CERD, da Carta de Recomendações da Conferência da Diáspora Africana, e dos encaminhamentos do Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU”. 

Representada por Winnie Bueno, Consultora de Incidência, Criola esteve no Encontro com CNJ e Conselheiros do FONAER, para entrega formal do relatório EMLER ao Poder Judiciário. Já na manhã de hoje, 5 de novembro, Lúcia Xavier, Coordenadora Geral de Criola, participou da mesa de discussões sob o tema “Diálogos intersetoriais sobre recomendações da ONU em pauta raciais”, junto à representante do EMLER, Drª Tracie Keese, Daiana Santos (CDHMIR), Ministra Macaé Evaristo (MDHC), Rodnei Jericó (Raça e Igualdade), Babá Adailton Moreira e Ângela Guimarães (Gov. da Bahia – SEPROMI). Na ocasião, Lúcia apresentou as contribuições do relatório à relatora do EMLER, Tracie Keese; questionou a ineficiente atuação do Estado no âmbito de implementação de acordos internacionais que visam o combatem às injustiças e inequidades raciais, relembrou a atuação de Criola na ação de política de incidência internacional – presente na CSW, CDAW e Fórum de Permanente de Pessoas Afrodescendentes – e convocou o público a apoiar a construção da próxima Marcha de Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, prevista para Novembro de 2025.  

A segunda mesa, sob o tema “Diálogos sobre o papel do Estado e da Sociedade Civil no cumprimento de recomendações da ONU relativas à pauta racial”, contou com a participação da Deputada Daiana Santos, Ministra Anielle Franco (MIR), Maria do Carmo Rebouças dos Santos (Observatório ODS-18) e Leonardo Magalhães (Defensor Público Geral da União). A transmissão na íntegra pode ser acessada aqui

Esperamos que o relatório possa contribuir com a atuação de lideranças e organizações que atuam no combate à violência de Estado contra meninas e mulheres negras cis e trans. 

fonte: https://criola.org.br/criola-divulga-relatorio-com-recomendacoes-ao-mecanismo-especializado-para-promover-a-justica-racial-e-a-igualdade-na-aplicacao-da-lei-emler/


Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...