Quase lá: A luta só começou. Seguimos despertas! 

 

Que os aromas de março fortaleçam o mutirão por territórios livres de violência, fome, fascismo e a defesa da democracia

“Março se aproxima e traz consigo combativos roteiros de luta”. Foto: Manuela Martinoya

 

Por Setor de Gênero do MST
Da Página do MST

 

Havia muitos anos que a classe trabalhadora brasileira não conquistava uma vitória tão importante como a eleição de Lula. Trabalhamos arduamente para elegê-lo, compreendendo que sua vitória representa a defesa da democracia, a retomada de direitos e o enfrentamento ao fascismo. Certamente, todos os nossos esforços valeram a pena, estamos todxs contagiadxs pela alegria desta conquista, mas não podemos nos esquecer que a luta só começou. A nossa volta o mundo segue em crise, se aprofundando a cada dia, e nos mostrando uma realidade dura e cruel, onde a desigualdade social, a exploração, a miséria, a destruição da vida e a violência seguem em curso. O fascismo não desapareceu como num passe de mágica, como o último domingo, 8 de janeiro, nos mostrou. Ao contrário, seu projeto segue arregimentando fiéis seguidores.

No Brasil, a partir de 2016, com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a violência se intensifica, ganhando respaldo na institucionalidade e se ampliando de forma assustadora com a gestão genocida do governo Bolsonaro. Este processo se agrava com a pandemia de um vírus, até então, desconhecido e que causou muito medo, milhares de mortes e sequelas, que transformaram de forma irreversível nosso jeito de viver. A vida se tornou mais difícil para todxs e a situação das mulheres se tornou ainda pior, pois foi sobre elas que recaíram as crescentes tarefas de cuidado e reprodução da vida em seus lares e também a violência no âmbito doméstico.

No entanto, a conjuntura dos últimos anos, ampliou o sentido de nossas lutas, exigiu respostas rápidas e mudanças de rotas, para compreender e agir sobre as urgências deste tempos desafiadores. Esse processo nos indicou caminhos importantes na construção da Reforma Agrária Popular e sua articulação com a agroecologia e ao combate às violências em todas as suas formas.

O ano de 2022 foi um ano de trabalho militante e luta, seja na defesa da terra e do território, na garantia de vida digna para todas as pessoas, na produção de alimentos saudáveis para o campo e a cidade, ou na construção de novas relações entre os seres humanos e destes com a natureza.

Não foram tempos fáceis, mas saímos maiores deste período, tanto pelos aprendizados e avanços internos, como pelo reconhecimento social do papel que desempenhamos na defesa da democracia e da vida, traduzidas nas várias campanhas e ações de solidariedade. Entre as campanhas desenvolvidas, duas delas foram de grande protagonismo das mulheres Sem Terra – “Mulheres em Luta contra os vírus e as violências” e o “Plano Nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis”, por onde doamos mais de 5,5 mil toneladas de alimentos por todo o Brasil.

Nosso último grande feito de combate ao fascismo e à extrema direita, foi nosso engajamento na luta pela via eleitoral. Fomos vitoriosxs!! Esta vitória renova esperanças e é um alento para seguirmos lutando, mas também sabemos que a reconstrução de um Brasil arrasado pelo desgoverno dos últimos anos não será fácil, ainda mais pela composição de um governo de frente ampla e do enraizamento do pensamento fundamentalista em nossa sociedade. A conjuntura nos exige disposição para a luta, inteligência, coragem, ousadia e a urgente capacidade de sonhar com um mundo melhor, sem cair em ilusões. 

Nunca foi tão necessário nos mantermos alertas e mobilizadas. A luta presente, o tempo presente nos exige um intenso trabalho de base, de formação da consciência e organização das trabalhadoras e trabalhadores. Os próximos meses serão muito importantes para apontar os compromissos deste governo com o povo e com a reconstrução do Brasil. Março se aproxima e traz consigo combativos roteiros de luta, onde o enfrentamento às violências ganha centralidade política em nossa organização.

Forjar territórios livres de violência, implica em um árduo trabalho de formação de toda a nossa base social e militância, mas também de enfrentamento direto a todas as práticas violentas, como caminho necessário para a construção de nosso projeto de Reforma Agrária Popular.

 Que os aromas de março fortaleçam este grande mutirão por territórios livres de violência, pelo fim da fome, de enfrentamento ao fascismo e defesa da democracia! Seguimos despertas!

*Editado por Solange Engelmann

fonte: https://mst.org.br/2023/01/09/a-luta-so-comecou-seguimos-despertas/


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