Quase lá: Artista venezuelana, Julieta Hernández é encontrada morta com sinais violência no Amazonas

Cicloativista estava desaparecida desde o 23 de dezembro, enquanto viajava rumo a sua terra natal

 

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

Campanha em redes sociais tenta localizar Julieta Hernández desde dezembro - Reprodução/Circo di SóLadies

 

A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas identificou o corpo da artista venezuelana Julieta Hernández. Ela estava desaparecida desde o último dia 23 de dezembro.

Julieta foi encontrada numa cova rasa, no terreno de um imóvel em Presidente Figueiredo (AM), apresentando sinais de violência. Um casal que mora no imóvel é suspeito de ter assassinato a artista e foi preso. Eles teriam confessado o crime.

Os suspeitos são Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos.

::Levante Feminista cobra políticas contra feminicídios em ato no DF::

Julieta fazia parte do grupo de artistas e cicloviajantes "Pé Vermêi". A venezuelana viajava de bicicleta rumo ao seu país de origem quando desapareceu.

Ela também integrava o Circo di SóLadies, que se pronunciou sobre o caso.

:: Sobreviventes de feminicídio relatam marcas da violência e ausência de políticas para seguirem vivas ::

"Jujuba, infelizmente não encontramos você a tempo. Tudo isso nos mostra o quanto somos pequenos diante de tamanha brutalidade. Mas você, com sua gigante grandeza contida em seu nariz, nos ensinou que é preciso ter a coragem para seguir pedalando. Nos resta a memória do seu sorriso e sua vontade de viver", diz o comunicado.

O Circo di SóLadies organizou uma campanha para auxiliar familiares de Julieta.

Edição: José Eduardo Bernardes

fonte: https://www.brasildefato.com.br/2024/01/07/artista-venezuelana-julieta-hernandez-e-encontrada-morta-com-sinais-violencia-em-am

Artista venezuelana grava vídeo falando sobre viagens de bicicletas pelo Brasil

Julieta Ines Hernández Martinez, 38 anos, conhecida como "Palhaça Jujuba", viajava pelo Brasil em uma bicicleta e tinha decidido voltar ao país de origem para rever a mãe. O Amazonas estava na rota da artista venezuelana, encontrada morta em Presidente Figueiredo, no interior do Estado, após ficar 14 dias desaparecida.

O corpo de Julieta e partes da bicicleta que ela utilizava foram encontrados na sexta-feira (5), nas proximidades de um refúgio onde a artista estava hospedada.

Julieta já estava no Brasil há 8 anos. Ela fazia parte grupo do "Pé Vermêi", que conta com artistas e cicloviajantes que pedalam pelo país.

Desde 2019, quando decidiu viajar pedalando pelo país, a artista conheceu mais de nove estados brasileiros. A venezuelana, que fazia apresentações circenses, também trabalhava como bonequeira, confeccionando réplicas de pessoas em miniatura.

"Era um trabalho de uma perfeição. Ela fazia exatamente você do tamanho da sua mão", destacou Guadalupe Merki, amiga da artista.

Venezuelana morta durante passagem pelo Amazonas — Foto: Redes sociais

Venezuelana morta durante passagem pelo Amazonas — Foto: Redes sociais

Guadalupe Merki afirmou que Julieta era artista de rua por escolha. "Ju era uma artista independente e de rua mesmo. Ela fazia feira, ela fazia rua, ela fazia calçada, ela fazia comunidades rurais, quilombolas, centros de reabilitação, praças, bairros periféricos, hospitais e também teatro", detalhou.

A amiga ressaltou que a venezuelana não fazia distinção de público. "Onde a bicicleta chegava, lá estava Ju apresentando, para um monte de gente ou para duas crianças curiosas. Ela era essa artista. Muitas vezes excluída de editais de cultura", afirmou.

Guadalupe também descreveu a amiga como uma multiartista. Além de palhaça e bonequeira, era artista plástica e escrevia poesias. "Era uma mulher nômade, viajava na sua bicicleta pelo Brasil. Ju era luz, era de uma grandiosidade que não existe palavra para escrever. Ju era generosidade, Ju era amor", disse.

Segundo a amiga, o último espetáculo apresentado por Julieta amiga se chama "Viagem de bicicleta de uma palhaça só, sozinha?".

"Nele, Miss Jujuba contava suas aventuras de bike pelas estradas do Nordeste e Norte do Brasil e lembrava que mesmo que às vezes possa parecer, nós nunca estamos 'sozinhes' nesta viagem/vida", disse.

Última parada

Ainda em 2019, quando começou a percorrer o Brasil, Julieta decidiu que faria o percurso de retorno à Venezuela. "Seu destino final dessa viagem era o colo da mãe, na Venezuela e estava tão pertinho. Elas desejavam tanto esse encontro", disse Guadalupe Merki.

Julieta viajou pedalando desde o Rio de Janeiro, passando por cidades do Maranhão e Pará, até chegar ao Amazonas. Do Estado, ela seguiria de bicicleta para Roraima, via BR-174. Presidente Figueiredo, município onde ela foi morta, é cortado pela rodovia.

Entre os dias 22 e 23 de dezembro do ano passado, a artista avisou os amigos que passava pela cidade do Amazonas, já a caminho da Venezuela, mas desapareceu.

A viagem era acompanhada pelos membros do grupo "Pé Vermêi". Os cicloviajantes costumam informar os demais membros sobre onde estão antes de ficarem sem sinal de telefone e internet.

Artista e cicloviajante da Venezuela, Julieta Hernández, desapareceu enquanto pedalava pelo interior do Amazonas. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Artista e cicloviajante da Venezuela, Julieta Hernández, desapareceu enquanto pedalava pelo interior do Amazonas. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A última informação recebida era que Julieta partiria rumo à Rorainópolis, no Estado de Roraima.

 

"Antes dela ficar sem sinal, a gente já sabia que seria um trajeto desafiador. Julieta é bem experiente. Já tem anos que ela pedala pelo Brasil e agora está voltando para Venezuela. O que a gente achou estranho foi o fato dela não ter avisado que ficaria sem sinal. Simplesmente as mensagens pararam de chegar e a gente não conseguia mais localizá-la", contou Ana Melo, amiga da artista, antes da polícia confirmar a morte da vítima.
 

Venezuelana foi roubada, agredida e abusada antes de ser morta no AM

A Polícia Civil do Amazonas encontrou o corpo de Julieta Inés Hernández Martínez em uma zona de mata no município de Presidente Figueiredo

Reprodução/Redes sociais
Foto colorida de Julieta Inés Hernández Martínez - Metrópoles

A artista venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, 38 anos, foi agredida, roubada e abusada sexualmente antes de ser morta, segundo informações divulgadas pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), na tarde desta segunda-feira (8/1), durante coletiva de imprensa.

Há dois anos, a cicloviajante Julieta Martínez deixou o Rio de Janeiro com o intuito de atravessar o Brasil até chegar à cidade de Puerto Ordaz, na Venezuela, onde sua mãe mora.

No entanto, durante a sua passagem pelo Amazonas, a artista venezuelana não entrou mais em contato com amigos ou familiares, o que despertou a atenção das autoridades. Segundo a Polícia Civil do estado, Julieta Martínez desapareceu no último dia 23 de dezembro, no município de Presidente Figueiredo, cerca de 120 quilômetros de Manaus.

 

De acordo com o delegado titular de Presidente Figueiredo, Valdinei Silva, Julieta teria informado a amigos que iria dormir no município no dia do seu desaparecimento. Contudo, as investigações apontaram que ela tentou pernoitar em duas pousadas, mas sem sucesso.

A artista então teria seguido para casa onde o casal suspeito do crime morava. Segundo a polícia, o local funcionava como ponto de apoio para pessoas que viajam de bicicleta ou a pé pela rodovia BR-174.

 

“Fomos até o local onde ela foi encontrada. Lá, a equipe conversou com um dos autores e ele disse que ela teria pernoitado no local e teria pegado a estrada na manhã do dia 23. A partir dessa informação falsa dele, as equipes seguiram a estrada até a reserva indígena”, disse o delegado.

“Algumas pessoas até falaram que viram ela na rodovia, talvez se confundiram com outra pessoa, tem alguns viajantes. Solicitamos imagens da Polícia Rodoviária Federal [PRF], mas ninguém tinha conseguido as imagens dela nas câmeras”, completou Valdinei Silva.

O casal foi preso na última sexta-feira (5/1). O corpo da artista foi encontrado no mesmo dia nas proximidades da casa.

 

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...