Há 41 anos o dia 12 de agosto não é mais o mesmo. Isso porque foi a data que, em 1983, a trabalhadora rural e líder sindical, Margarida Maria Alves, foi assassinada a tiros a mando de latifundiários, em Alagoa Grande (PB), na porta de sua casa.
CONTAG - 12 de Agosto de 2024
Por Malu Souza / Comunicação Contag
Arte: Lunna Fabris
Há 41 anos o dia 12 de agosto não é mais o mesmo. Isso porque foi a data que, em 1983, a trabalhadora rural e líder sindical, Margarida Maria Alves, foi assassinada a tiros a mando de latifundiários, em Alagoa Grande (PB), na porta de sua casa.
“Ela foi uma líder corajosa, cuja vida e sacrifício marcam a luta das mulheres do campo, da floresta e da águas. Dedicou a sua vida a defender os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, inspirando gerações com sua coragem e determinação”, compartilha a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Mazé Morais.
Margarida Alves rompeu padrões tradicionais de gênero, sendo a primeira mulher a assumir a presidência do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, cargo que permaneceu durante 12 anos. A paraibana lutou para que as trabalhadoras e os trabalhadores do campo tivessem seus direitos respeitados, como carteira de trabalho assinada, férias, 13º salário e jornada de trabalho de 8 horas diárias.
Seu legado não será esquecido e motiva milhares de mulheres a se reunirem em marcha, lutando pelo fim da violência contra as mulheres, pela saúde, pela educação, pela garantia do direito à terra e aos territórios.
“Para honrar seu legado, as Margaridas seguem em marcha. No ano passado, reunimos mais de cem mil de mulheres em Brasília, cobrando direitos e políticas públicas. Estamos firmes nessa luta e continuaremos exigindo ações efetivas do governo por agroecologia, fomento produtivo, assistência técnica, quintais produtivos e combate à violência”, continua a secretária.
O crime segue impune, mas seu legado permanece vivo. Margarida Alves é símbolo de luta, força, coragem, resistência e luta contra a violência no campo, pela reforma agrária e fim da exploração das trabalhadoras e dos trabalhadores rurais.
“Margarida Alves nos ensinou que a luta é constante. Hoje, seguimos unidas e fortes, construindo um futuro mais justo e digno. Sua memória nos guia e fortalece. Margaridas em marcha pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver. Por Margarida Alves e por todas nós!”
Margarida Alves, presente!
fonte: https://ww2.contag.org.br/margarida-alves--presente--20240812
Luta pela terra: A reforma agrária vale a pena e é necessária
12 de Agosto de 2024 - Contag
Arte: Lunna Fabris
Infelizmente, os conflitos no campo atravessam a história do Brasil. São deixados rastros de sangue, mortes, destruição e violência nas vidas de pessoas que lutam em defesa de seus territórios, de seus direitos e de seus modos de vida e da natureza.
12 de agosto, Dia Nacional de Luta Contra a Violência no Campo e pela Reforma Agrária, é um convite a refletir sobre os 2.203 conflitos e as 31 vidas ceifadas em 2023. Reflexos da falta de titulação dos assentados e quilombos, de demarcação dos territórios indígenas, de destinação de terras públicas, de desapropriação de latifúndios para a reforma agrária e de contraposição dos latifundiários ao governo vigente.
“Então, na minha modesta parte de entender o conflito agrário no Brasil, eu vejo que o aumento desses conflitos se dá em função da contraposição ao governo Lula. O agronegócio e os grileiros de terra estão trazendo uma ofensiva muito grande, haja visto que a maior parte dos conflitos agrários estão no norte e nordeste do país”, compartilha o secretário de Política Agrária da CONTAG, Alair Luiz dos Santos.
As ocorrências registradas em 2023 — o maior número da série histórica da Comissão Pastoral da Terra — apresentam uma taxa 8% superior às ocorrências documentadas em 2022, sendo que, nos últimos 10 anos, a violência no campo cresceu 60% em intensidade.
O direito à terra e ao território é o primeiro passo para garantir as demais políticas que promovem a qualidade de vida aos trabalhadores e trabalhadoras rurais, por isso, a reforma agrária sempre foi uma das principais reivindicações do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).
“O Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG) tem ampliado sua atuação na luta contra a violência no campo e pela reforma agrária. Uma das principais formas de reduzir os conflitos é garantir que a terra seja distribuída de maneira justa, permitindo que as comunidades rurais prosperem e contribuam para o desenvolvimento rural. Nós, da CONTAG, seguimos firmes na luta contra essa violência e pela democratização do acesso à terra através da reforma agrária”, destaca o secretário.
*Dados retirados da 38ª edição do relatório Conflitos no Campo Brasil 2023
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG
fonte: https://ww2.contag.org.br/luta-pela-terra--a-reforma-agraria-vale-a-pena-e-e-necessaria-20240812