Na edição de nº 108 do jornal Fêmea (Janeiro/2002), publicamos a opinião de diversas mulheres sobre o que a pré-candidatura à Presidência da República, de Roseana Sarney, suscita no cenário político brasileiro. Devido a problemas operacionais com o envio e recebimento de e.mails, o posicionamento do Grupo de Mulheres da Ilha de São Luís não foi publicado. Considerando que esta opinião é de suma importância, queremos compartilhá-la com você, leitor(a):
Ieda Cutrim Batista
Professora da Universidade Federal do Maranhão, mestra em Serviço Social e membro do Grupo de Mulheres da Ilha de São Luís.
"Lamentavelmente, a senhora Roseana Sarney é o avesso do que nós mulheres, comprometidas com a democratização do país e com a superação das desigualdades sociais, de gênero, raça e étnicas precisamos ter na direção da nação. Na verdade, ela representa a face feminina da modernização conservadora para se apropriar dos avanços e conquistas das mulheres organizadas e setores populares. A inautenticidade dessa candidatura constrange a todas nós que temos lutado e construído, coletivamente, a ascensão feminina em todos os setores e, especialmente, na vida política.
Vale ressaltar que a terna governante que aparece na mídia como mãe, avó, esposa e filha amorosa não tem tempo para receber o Fórum de Mulheres e outros movimentos sociais que requerem audiência ao longo dos seus dois mandatos, sem sucesso. Já vimos este filme... Desnudar o mito criado pelos oportunistas do PFL e aliados é tarefa da sociedade civil organizada e de todos os que têm olhos para ver e ouvidos para escutar".