Quase lá: Editorial

A Conferência Nacional de Mulheres Brasileiras, realizada dias 6 e 7 de junho, em Brasília, aprovou uma Plataforma Política Feminista que nos subsidia com reflexões substantivas para participarmos do processo eleitoral no país, que ora se inicia (www.articulacaodemulheres.org.br). Os partidos já definiram suas candidaturas e estão remetendo suas listas para o Tribunal Superior Eleitoral, que promete divulgá-las segundo Unidade da Federação, Partido e Sexo nos próximos dias (www.tse.gov.br). Elegeremos o Presidente, 27 Governadores/as, 513 Deputad@s Federais, 54 Senadores/as (2/3 do Senado) e 1.059 Deputad@s Estaduais/Distritais.

Temos dois grandes desafios pela frente. Um, de afirmar e difundir plataformas feministas para todas as candidaturas, de mulheres e de homens, em todos os níveis. Outro, de ampliar a participação e a representação política das mulheres - atualmente, existem apenas duas gover-nadoras, 35 deputadas federais, 5 senadoras e 110 deputadas estaduais/distritais.

Consideramos que as instâncias de mulheres de partidos políticos (em suas diversas modalidades - grupos, núcleos, coordenadorias, secretarias) constituem espaços privilegiados de interlocução para os movimentos feministas e de mulheres. Podem, cada uma a seu modo, contribuir para o empoderamento das mulheres e para que seus respectivos partidos assumam feição mais feminista, o que significa dizer, uma feição mais humanista, democrática e igualitária. É nesse sentido que o Fêmea inaugura um diálogo com estas instâncias.

Esperamos que os movimentos feministas e de mulheres, aí incluindo as instâncias de mulheres dos partidos políticos, saiam fortalecidos do processo eleitoral, aproveitando a oportunidade para o aprofundamento dos debates e das estratégias em torno do enfrentamento dos graves problemas existentes na sociedade brasileira, com destaque para as desigualdades, exclusões sociais e de gênero em especial, os abusos de autoridade e a falta de integridade no trato da coisa pública.

A partir de uma perspectiva crítica e reflexiva, é necessário estarmos atentas e alertas para rejeitarmos as práticas de manipulação e de engodo, que costumam acontecer nos períodos eleitorais. E, igualmente, a partir de uma perspectiva feminista e democrática, é importante afirmarmos as práticas solidárias, combativas e esperançosas, visando a construção de novos cenários brasileiros, e não apenas nos momentos de eleição de noss@s representantes polític@s, mas sobretudo no cotidiano, em nossas relações familiares, de amizade, amorosas, profissionais, políticas e religiosas; e nos espaços e processos em que atuamos e somos parte.

No dia 6 de agosto, será realizado o lançamento nacional da Plataforma Política Feminista, no Congresso Nacional.


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