Além de rosas, direitos; em vez do trono de "rainha do lar", espaço para compartilhar o poder na esfera pública. Estas são algumas das reivindicações no primeiro 8 de março - Dia Internacional da Mulher - do século XXI.
O estilo das comemorações desse dia mudou nos últimos anos. Sem esquecer as mulheres sacrificadas em um 8 de março do século XIX, nos Estados Unidos, e que, desde 1910 vem sendo comemorada como um patrimônio cultural e político da humanidade, as mulheres passaram da fase (necessária na época) de agressões públicas aos sutiãs, para fazer desencadear uma série de ações que tornem as suas vidas mais plenas e mais cidadãs.
As parlamentares federais - Bancada Feminina, elegeram dez projetos de lei de interesse direto das mulheres, em tramitação no Congresso Nacional para, em um esforço conjunto, suprapartidário, alavancarem suas discussão ou votação, transformando-os em lei.
A questão da violência contra a mulher está na pauta do dia do movimento e da Bancada Feminina. Dos dez projetos elencados, seis tratam deste tema, dois da adoção, um sobre a publicação anual das atividades sociais relativas às mulheres por parte do Executivo e um sobre cotas por sexo para cargos na mesa e nas presidências das comissões permanentes da Câmara dos Deputados.
Sessões solenes, na Câmara e no Senado comemoraram a data e o Senado concedeu, pela primeira vez em sua história, títulos de cidadã "Berta Lutz" a 5 mulheres de destaque no cenário nacional. Houve lançamento de livros e apresentação de pesquisa sobre a situação da mulher no Brasil.
Mas, como nem tudo são flores, assistimos no mês de março a rejeição do projeto de criação de Programa de Orientação Sexual, de Prevenção das DST/Aids e do Uso Abusivo de Drogas, pela Comissão de Educação do Senado, depois de aprovado em todas as comissões da Câmara, por onde passou. Continuaremos a lutar por sua aprovação e esperamos reverter este quadro.
Na área do trabalho, continua a luta contra a flexibilização da CLT como está colocada pelo governo. Não que nossa legislação trabalhista seja perfeita. Mas, qualquer mudança deveria vir sem retirar as conquistas alcançadas com tantas lutas, nem prejudicando a classe trabalhadora e sim, apresentando propostas que viessem gerar mais e melhores empregos, trazendo mudanças para este tão decantado mas não resolvido problema das desigualdades sociais. E como "ser cidadã é conhecer seus direitos", aproveitamos o embalo deste tema, e mostramos as últimas novidades da nossa legislação trabalhista.
O Fêmea deste mês de março - mês do Dia Internacional da Mulher - traz textos que servirão para a reflexão necessária nesta data. Assim, parabenizando todas nós, mulheres que lutamos por um lugar ao sol, ou que não tivemos oportunidade nem para pensar em nossos direitos ou nossas possibilidades de alçar vôo, plagiamos uma frase de um dos artigos deste número por considerá-la perfeita para a ocasião: "... que não mais se rime amor com dor, submissão com dedicação, honestidade com castidade".