Quase lá: Mulheres extrativistas da Amazônia realizam encontro

Moema L. Viezzer
Coordenadora da Rede Mulher de Educação (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

Na Cabanagem, um modesto lugar de Marabá/Pará, reuniram-se 14 mulheres líderes extrativistas convocadas pela Secretaria da Mulher do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS). Elas são extrativistas da castanha, da seringa, do açaí, quebradeiras de côco e de outros produtos da Floresta que elas ajudam a preservar, ao mesmo tempo em que contribuem para manter as populações sediadas na região, convivendo com a Natureza, sem destruí-la, como fazem os que para lá se dirigem com fins exclusivos de lucro.

O encontro faz parte do projeto Formação de Mulheres Líderes Trabalhadoras Rurais e Extrativistas, com patrocínio BID/Prolid e da instituição finlandesa KEPA. Vindas dos Estados de Tocantins, Maranhão, Pará, Rondônia e Amapá, estas mulheres trabalharam intensamente durante dois dias e meio (27,28,29/11) para realizar em conjunto, pela primeira vez, o Planejamento da Secretaria da Mulher Extrativista do CNS, iniciando um novo momento na história da mesma: a implantação dos Núcleos Regionais da Secretaria nos nove estados da região Amazônica onde o CNS atua.

O tema central do encontro respondeu a uma necessidade básica das participantes: aprofundar a aprendizagem de trabalho institucional para fortalecer suas organizações e movimentos. De fato, as mulheres extrativistas têm desenvolvido ações da maior importância para a qualidade do ambiente e de vida na região amazônica. Entretanto, pouco se trabalhou sobre o fortalecimento institucional, capacitação básica para a formação em gênero e liderança.

Como resultado, as regiões se comprometeram a:

  • realizar em cada estado um curso de formação de multiplicadoras em gênero e liderança utilizando os materiais produzidos no projeto da Rede Mulher de Educação “Mudando o Mundo com as Mulheres da Terra” (cartilhas, calendário, vídeo, programas radiofônicos);
  • centrar a atenção em uma ação prioritária nos próprios estados, respeitando as necessidades específicas locais;
  • fortalecer-se institucionalmente, tanto na coordenação da Secretaria da Mulher Trabalhadora Rural Extrativista do CNS, como nas Coordenações Regionais da Secretaria.

...