O presidente da República tem até o final de outubro para indicar o nome do substituto do ministro Otávio Galotti, que vai se aposentar do STF- Supremo Tribunal Federal. As mulheres estão se mobilizando politicamente para reivindicar a vaga nunca antes preenchida por uma profissional do sexo feminino. O CNDM- Conselho Nacional dos Direitos da Mulher- aguarda uma lista dos nomes de mulheres de carreira jurídica que será apresentadas por 7 entidades classistas e depois enviada ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Até o momento só duas profissionais estão em campanha pela vaga: A juíza Salete Maccalóz, da 7ª Vara Cível Federal do RJ, que entrevistamos na edição anterior do FÊMEA e a desembargadora Maria Raimunda Teixeira de Azevedo, do Tribunal de Justiça do RJ.
Maria Raimunda, tem 56 anos, 32 na carreira jurídica, nasceu na Ilha do Marajó e seu nome foi indicado pelo Colégio Brasileiro de Mulheres Advogadas/secção RJ.Tem conhecimento na área de Direito de Família. Em entrevista a esta edição do FÊMEA ela afirma que é importante a indicação de uma mulher para o Supremo que não só tenha habilitação técnica profissional, mas que também seja uma feminista e defenda os direitos das mulheres.
Qual a importância de uma mulher chegar ao Supremo?
Maria Raimunda - Há 100 anos a primeira mulher, a advogada carioca, Mirtes Campos, chegou ao Judiciário no Brasil. Está na hora do Supremo Tribunal Federal valorizar a participação da mulher, já que comprovamos, ao longo desses anos, que temos competência profissional. No STF a mulher levará o olhar feminino e sua sensibilidade para avaliar as questões conflituosas.
Quais os temas feministas que considera importantes?
Maria Raimunda - Sobretudo a igualdade salarial entre homens e mulheres, a ascenção no mercado de trabalho e o planejamento familiar.
Já participou do Movimento de Mulheres?
Maria Raimunda - Não efetivamente, mas sempre estive ligada à participação das mulheres na carreira jurídica e tenho um trabalho publicado sobre "Mulheres na Carreira Jurídica".