O ano avança, e os desafios também. Este Fêmea que chega às suas mãos traz elementos importantes da conjuntura para subsidiar a avaliação dos movimentos de mulheres e feministas. Os desafios são muitos, e é preciso informação, reflexão e muita ação para conseguirmos enfrentá-los.
Na página de Política, trazemos uma discussão sobre o projeto de Reforma Tributária do ponto de vista feminista. Nossa análise aponta que, caso seja aprovada, essa Reforma vai prejudicar o financiamento da Seguridade Social, dificultando o acesso e os avanços na conquista de maior proteção social para as mulheres, especialmente no campo da Previdência Social. Vai, portanto, na contramão do acesso a direitos e na promoção da justiça redistributiva social.
Outra luta que está sendo travada é para evitar retrocessos na questão da igualdade racial. A entrevistada, Lúcia Xavier, pondera a importância e os desafios para a instituição de cotas raciais nas universidades em função da resistência na implementação dessa proposta. Fala também sobre as dificuldades que os movimentos enfrentaram durante a Conferência de Revisão de Durban, ocorrida no mês de abril, em que não se conseguiu avançar rumo ao estabelecimento de mais consensos. Apenas manteve-se o que já foi conquistado, deparando-se com o pouco cumprimento do que está acordado entre os países que assinam a proposta.
Na matéria de capa, trazemos uma discussão sobre um problema recorrente e que tem atingido os movimentos sociais no Brasil: a criminalização pelo Estado conservador e pela grande mídia. Lideranças do movimento indígena, feminista e de mulheres camponesas falam sobre como esse processo de criminalização tem dificultado, mas não impedido, a luta por justiça e por direitos. Essa é a constância de nossas agendas para o aprofundamento da democracia brasileira.
Na página Na Lei e Na Vida, informações sobre as leis aprovadas em 2008 que garantem os alimentos gravídicos e a guarda compartilhada. O artigo de Patrícia Rangel nos remete ao dia 27 de abril, data simbólica da luta pelo reconhecimento, valorização e ampliação de direitos à maior categoria feminina e negra do nosso país - as trabalhadoras domésticas.
A luta por direitos é difícil, mas traz resultados: As pílulas mostram novidades sobre a procuradoria parlamentar e comissão especial para representação feminina recentemente instaladas na Câmara dos Deputados. Trazem também novas publicações que, em comemoração aos 20 anos do CFEMEA, recuperam as lutas das mulheres pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos, no Brasil e na América Latina e Caribe. E na página CFEMEA lembramos como esses Direitos têm sido conquistados nos últimos 20 anos. Noticiamos ainda, sobre o andamento do Plano Nacional de Direitos Humanos.
Continuaremos informando, refletindo, monitorando e atuando por mais direitos e igualdade para as mulheres!