Prezad@ leitor@, é com enorme prazer que, mais uma vez, estamos chegando à sua casa, movimento social, ambiente de trabalho ou organização por meio do Jornal Fêmea.
Com a agilidade dos tempos modernos, neste período ocorreram muitos eventos interessantes. Dentre eles, o Fórum Social das Américas, realizado em Quito (Equador), entre os dias 25 e 30 de julho. O encontro reuniu cerca de 10 mil pessoas, inclusive diversas integrantes dos movimentos de mulheres e feminista. Lílian Celiberti, da Articulação Feminista Marcosur foi uma das participantes. Para ela, em comparação com o Fórum Social Mundial, o Fórum das Américas apareceu mais articulado em relação às agendas que oferecem um grande guarda-chuva à diversidade de atores. A luta contra a Alca, por exemplo, unifica um amplo espectro de setores.
Por outro lado, como uma caixinha chinesa, os fóruns contêm muitos outros fóruns. Para Lílian, "há aqueles e aquelas que buscam ser escutad@s, que querem construir espaços mais horizontais, que desconfiam das grandes estruturas organizativas, que querem viver as lutas desde suas subjetividades e em primeira pessoa, que questionam e buscam alternativas às formas tradicionais de poder. Estas buscas também foram vividas em Quito, em debates menores, e nas atividades organizadas de maneira autônoma. Nesses espaços, as organizações constroem alianças de interesses e se aproximam a outros e outras, com sensibilidades similares.
A Articulação Feminista Marcosur apostou no diálogo entre os movimentos, por meio de debates com sindicalistas, afrodescendentes, gays, lésbicas, transexuais, travestis e indígenas. As discussões abordaram os próprios atores, as subjetividades, a pluralidade, as formas hierárquicas de relação política, a autonomia e outros desafios que tornam mais complexos os debates atuais na América Latina.
Ainda sobre desafios que precisam ser superados por diferentes sociedades, um se apresenta, no Brasil, aos movimentos feminista e de mulheres: ampliar a participação política das mulheres. Nas Eleições deste ano, as candidatas aos cargos de prefeita e vereadora ainda são poucas e, considerando-se os dados agregados por partido político, para todo o país, nenhuma das 27 legendas atingiu o patamar mínimo de 30% de candidaturas femininas para vereadora. O CFEMEA fez um levantamento sobre este panorama, e os resultados estão disponíveis nesta edição do Jornal Fêmea.
Também reservamos espaço para questões ligadas aos direitos sexuais e reprodutivos. Fabiana Paranhos, da ANIS, traz um artigo sobre a antecipação terapêutica do parto, em casos de anencefalia. A questão está em julgamento, no Supremo Tribunal Federal. Estelizabel Bezerra de Souza, da organização Cunhã, fala sobre a Campanha 28 de Setembro: Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe.
Há, ainda, outros tantos textos e informações importantes. Boa leitura!