Quase lá: Editorial

Tá chegando a hora...

Mais uma vez, vamos ter o direito de exercer o voto e escolher quais ideais e propostas, expressos por mulheres e homens candidat@s, irão nos governar pelos próximos quatro anos.

Nestas eleições, a disputa pela Presidência da República tem sido objeto de interesse maior da mídia e da própria população, mobilizando o Brasil de norte a sul, em debates e entrevistas nas televisões, rádios, jornais e revistas. Nas ruas: comícios, passeatas, cartazes e faixas por todos os cantos não nos deixam esquecer que estamos às vésperas do pleito.

Ao contrário das eleições anteriores, onde o candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas se recusou a participar da maioria dos debates, nessa, os quatro principais concorrentes compareceram aos embates públicos, o que permitiu uma leitura dos candidatos mais aproximada, menos montada por marqueteiros.

As mulheres também estão presentes, de maneira inequívoca, nessas eleições: na maioria do eleitorado, nas campanhas, enquanto candidatas, ou no ainda tradicional papel de "mulher de candidato". Vale assinalar que várias delas passam a conjugar estas duas últimas características, e que algumas procuram um novo lugar para a "mulher do candidato".

A mulher enquanto tema ou alvo de propostas políticas também ocupa parte desse espaço. Todas as grandes revistas e jornais fizeram matérias sobre a participação das mulheres nesse campo. Pesquisas de intenção de voto abordam a importância do eleitorado feminino na definição d@s eleit@s. A mulher é motivo de discursos dos candidatos à Presidência da República. Ainda que, na maioria das vezes, esses enfoques sejam genéricos ou pontuais, marcados pela tradicional associação da mulher à maternidade ou pela sua exaltação.

Mas a ausência das mulheres também está presente nessas eleições: no ainda pequeno número de mulheres candidatas; no ainda menor número de candidatas negras; na superficialidade com que as demandas das mulheres são tratadas nas plataformas e programas; e na pequena influência do recorte de gênero nas propostas e propagandas das candidaturas.

As mulheres estão ausentes também, quando os preconceitos ficam evidentes e elas são alvos de "brincadeiras" de mau gosto, ou de conjecturas sobre suas relações afetivas e sua apresentação pessoal, como argumentos para desqualificar suas posições.

Mas ainda temos a chance e o direito da escolha. Uma escolha que leve em conta a necessidade de transformar radicalmente essas realidades discriminatórias, construindo sociedades e estados democráticos que assegurem saúde, educação, trabalho e emprego, moradia, cultura e lazer, com iguais oportunidades para todos os seres humanos, incorporando seus diferentes atributos: sexos, cores, idades...


...