O 8 de março de 2017 foi um marco histórico. Movimentos feministas e de mulheres saíram às ruas em mais de 40 países para retomar para si todo o sentido de luta por direitos desta data. No Distrito Federal também aderimos à mobilização e decidimos ocupar a Esplanada dos Ministérios. Nós – integrantes de 50 organizações, movimentos e coletivos feministas, de mulheres, além de ativistas independentes – mobilizamos 10 mil pessoas para dizer à sociedade: não aceitamos mais retrocessos em nossos direitos.
Dissemos não ao golpe em curso no Brasil; não à reforma da Previdência; não a tudo o que o patriarcado nos impõe. Lutamos pela desconstrução da lógica da casa grande e da senzala. Pelo fim da cultura machista. Pela construção de uma cultura política que valorize as diferenças e não as transforme em desigualdades.
Colorimos a cidade que está acinzentada pela destruição das políticas. Gritamos pela legalização do aborto; pelo fim dos assassinatos de mulheres; pelo fim da cultura do estupro; pelo fim do racismo; pela vida das mulheres lébicas; pela vida das mulheres trans; pelos direitos das mulheres com deficiência; pela garantia dos direitos humanos das mulheres em privação de liberdade; pelo fim da violência contra indígenas, quilombolas e mulheres do campo.
O contexto social e político– imposto para nós mulheres de todo o Brasil – nos desafia a manter a coesão dos movimentos que se juntaram em torno do 8 de março por todo o país. Juntas, temos muito a refletir para seguir fortalecendo as diversas expressões do feminismo e, assim, construir lutas e resistências capazes de enfrentar todas as desigualdades.
Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA)