MARCHA DAS MARGARIDAS - 2000

A 1° Marcha das Margaridas aconteceu em 10 de agosto de 2000, reunindo mais de 20 mil mulheres na Capital Federal. Foi uma manifestação de proporções inéditas, refletindo o acúmulo histórico dessas trabalhadoras nos movimentos sindicais. Esta Marcha é coordenada pelas mulheres organizadas na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), nas 27 Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGs) e nos mais de 4 mil Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs). Ela conta também com a colaboração de organizações feministas, entre estas a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB). O nome da Marcha é uma homenagem à líder sindical Margarida Maria Alves, que morreu em 1983, em Alagoa Grande, Paraíba. Sua morte causou enorme comoção e revolta, pois Margarida foi assassinada com um tiro a queima roupa disparado por um matador, a mando de um proprietário rural da região. Este crime nunca foi solucionado pela Justiça.

Depois da primeira Marcha outras foram realizadas em 2003 e 2007, as três trazendo à luz a plataforma política das trabalhadoras pela justiça no Campo e na Floresta, contra a fome e a pobreza e contra a violência sexista. Outra Marcha das Margaridas aconteceu em 2011, tendo como lema o “Desenvolvimento Sustentável com Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”. O evento entrou definitivamente para a agenda do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e dos movimentos de mulheres. No processo de sua organização são realizadas atividades de capacitação e mobilização das trabalhadoras em todos os estados brasileiros, promovendo espaços de debate sobre as condições de vida e trabalho. O processo de formação desemboca no grande evento de Brasília, este com caráter de denúncia e pressão política, mas também de proposição e negociação frente ao Governo Federal. As margaridas, como são conhecidas, comemoram conquistas de políticas na área da saúde reprodutiva e de combate à violência que contemplam a realidade das mulheres do campo e da floresta.