ARTICULAÇÃO DE MULHERES BRASILEIRAS (AMB) - 1994

A Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) foi criada em 1994, para promover uma participação ampla do movimento de mulheres brasileiro no processo preparatório da Conferência Mundial sobre a Mulher da ONU (Pequim 1994), que estava agendada para o ano seguinte. O marco de sua fundação foi a reunião do Rio de Janeiro onde quatro mil mulheres representando 25 fóruns estaduais aprovaram a Declaração das Mulheres Brasileiras para a 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher. A Declaração foi entregue ao governo brasileiro, e várias participantes deste processo se engajaram na caravana a Pequim, seja para participar do Fórum Paralelo de Huairou (que reuniu a sociedade civil) ou da conferência oficial, na qualidade de delegadas e assessoras, trabalhando em conjunto com redes feministas da região latino-americana e do Caribe.

“Fizemos um processo nacional muito forte, convocando todo mundo: quebradeiras de coco, trabalhadoras rurais, mulheres ribeirinhas, do movimento negro, indígenas, artistas, lésbicas, jovens, velhas... Foram 300 mulheres brasileiras para Pequim. Era a maior delegação de sociedade civil do mundo, expressão dessa diversidade”. (Guacira Cesar de Oliveira)

Após a conferência foi tomada a decisão de manter viva a AMB como estrutura organizativa nacional para levar à frente atividades de monitoramento e pressão política pela implementação das Plataformas do Cairo e de Pequim. De lá para cá, a Articulação manteve a incidência em processos nacionais e regionais, reposicionando-se estrategicamente, investindo na formação de novos quadros e na parceria com outros segmentos do movimento de mulheres.

Hoje a organização tem como linhas prioritárias de ação o enfrentamento ao racismo e ao modelo neoliberal de desenvolvimento, a luta pela reforma do sistema político e democratização do poder, a luta pelo direito ao aborto, contra o fundamentalismo e por justiça socioambiental. A AMB se estrutura em torno de um Comitê Político Nacional do qual participam articulações e fóruns de mulheres em cerca de 17 estados brasileiros. São feministas que atuam em diferentes espaços em nome próprio ou representando suas organizações, movimentos sociais ou setoriais de mulheres de partidos políticos.

Hoje a AMB tem assento no Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM) e em outros mecanismos do controle social nos estados e municípios. Ajudou a fundar e integra a Frente contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto. É parceira da Marcha das Margaridas, da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político e do Movimento Estratégico pelo Estado Laico (MEEL). Está trabalhando pela organização da Marcha das Mulheres Negras, que acontecerá em novembro de 2015. Regionalmente, a AMB integra a Articulação Feminista Marcosul.

Saiba mais em: http://articulacaodemulheres.org.br/