5º ENCONTRO FEMINISTA DA AMÉRICA-LATINA E CARIBE - 1990

Em 1990, foi realizado o 5º Encontro Feminista da América Latina e Caribe em San Bernardo, na Argentina. Mais de duas mil mulheres participaram do Encontro, que teve quatro eixos temáticos: construção de identidades; variantes organizativas e espaços de desenvolvimento; relações do movimento feminista com outros movimentos sociais; e propostas, políticas, perspectivas e estratégias.

O cenário das nações latino-americanas, com o fim de ditaduras militares, a inserção das políticas de ajuste estrutural e os números alarmantes de pobreza foram temas em debate que determinaram os rumos desta série de encontros. Lançando um olhar sobre o próprio movimento, as discussões focaram os desafios do feminismo nos anos 1990 considerando as diversidades, a democracia e a produção interna de conhecimento.

Um dos desafios identificados – a partir do reconhecimento de que não há um Feminismo, mas diversos feminismos – foi a necessidade de aparar arestas. Nesse campo se desenvolveram reflexões sobre financiamento para as ações, liderança, relações com outros atores sociais e critérios para travar um debate amplo com outros pares. A declaração final da Conferência destaca aspectos como:

- A crise vivida nos países tem impactos sobre a vida das mulheres, comprometendo sua sobrevivência e a de seus filhos.

- É preciso que todas as feministas lutem pela plena vigência e aplicação da Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.

- Se há obstáculos que impendem a autonomia de vida para as mulheres, é preciso analisar esses obstáculos e unir forças para eliminá-los. Isto significa aumentar a quantidade e qualidade das articulações e parcerias do movimento feminista com outros movimentos sociais que se orientam pelo pleno exercício dos direitos humanos.

No 5º EFLAC foi criada a Campanha 28 de Setembro – Dia pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe. Esta campanha tem sido coordenada por diferentes países da região, em regime de rotatividade. No Brasil, a Rede Feminista de Saúde foi coordenadora da Campanha no período 2000 – 2002.